Artista chinês Ai Weiwei organiza coleta para conseguir peças de Lego

AFP
26/10/2015 às 12:20.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:13
 (Tobias Schwarz)

(Tobias Schwarz)

O artista dissidente chinês Ai Weiwei colocará pontos de doação de peças de Lego, anunciou nesta segunda-feira (26), depois de acusar a empresa dinamarquesa de se negar a conceder a ele um pedido devido as suas motivações  políticas.

O jogo infantil foi envolvido em uma controvérsia nas redes sociais quando Ai denunciou que o Lego se negou a enviar um pedido porque a empresa "não pode aprovar a utilização de (suas peças) para fins políticos". 

"O estúdio Ai Weiwei anunciará (...) pontos de coleta em diferentes cidades" para conseguir as peças, anunciou nesta segunda-feira (26) uma publicação na conta do Instagram do pintor, escultor e artista iconoclasta. 

O polivalente artista chinês é muito crítico ao governo de Pequim, mas as tensões parecem ter diminuído nos últimos tempos.

Ai já havia utilizado este jogo para construir retratos de ativistas políticos de todo o mundo para uma exposição na prisão de Alcatraz, nos Estados Unidos, no ano passado, e pretendia criar uma obra similar para uma mostra na Austrália.  

"Ai Weiwei decidiu fazer uma nova obra para defender a liberdade de expressão e a 'arte política'", acrescentou em sua conta do Instagram. Vários seguidores expressaram on-line sua disposição a dar suas peças de Lego.

Ai também lembrou que a companhia britânica Merlin Entertainments, dona e gestora dos parques temáticos Legoland, havia anunciado seu desejo de construir uma sede em Xangai na semana passada, por ocasião da visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao Reino Unido.

A casa matriz da Lego, Kirkbi, possui uma participação de 30% da Merlin.

A companhia dinamarquesa declarou ao jornal britânico The Guardian: "Ao ser uma empresa dedicada a fornecer grandes experiências lúdicas e criativas às crianças, rejeitamos - globalmente - nos comprometermos ou apoiar de maneira ativa a utilização de peças de Lego em projetos ou contextos políticos. Este princípio não é novo".

A AFP não conseguiu contactar o escritório do Lego na China.

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