Vai acontecer um “Parto” na Floresta. E será nesta sexta-feira (14), daqui a pouco, a partir da “Hora do Angelus”. E quem vai parir é a “poetisa-visual” Mariana de Matos. Como “filho”, ela mostra a própria produção artística criada nos últimos dois anos.

O nome curioso da exposição propõe que o visitante experimente as obras à luz dos significados múltiplos da palavra “parto”. “A proposta é pensar o que parimos para o mundo. Como dividimos com o outro e com a palavra 'partir'. Quero gerar a reflexão a respeito da ideia de permanência”. Parir é partir-se e partir...

As 50 telas narram o retrato de um indivíduo preparado para o combate nas grandes cidades. Não é uma luta das mais fáceis de ganhar, todos sabemos. Mas há uma salvação: a poesia. “Ela é uma maneira de resistir à rotina e viver”, diz Mariana.

Por isso que a artista plástica por formação, na tradicional Guignard, não resiste às palavras que insistem em invadir as telas dela. Natural de Governador Valadares, Mariana assume que quer “ser reconhecida como a mulher que divide vida com a poesia”.

E esta invasão permitida é o que faz a diferença. É também o que escancara a filosofia criativa desta jovem artista e o que traz eternecimento para ela. “Gosto de pensar na palavra 'partir-se', como modo de compartilhar a própria existência”.

E ela vai além: “Quero que se perceba que a ternura é uma maneira de ver o mundo. Que a poesia pode sim nortear nossa conduta e nossas relações em sociedade. E que acessar este universo sensível pode nos fazer deslocar territorialmente com mais leveza e sobretudo que a arte pode transformar pedra em poema”.

Numa sexta-feira fria dessas, só mesmo a poesia para aquecer e suavizar outras pedras: as dos corações dos insensíveis.

SERVIÇO

"Parto", exposição de Mariana de Matos, abertura nesta sexta-feira (14), às 18h, no Espaço Suricato (rua Souza Bastos, 175, Floresta). Grátis.
 

A seguir, algumas das obras da artista:

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