(CCBB/Divulgação)
O título da exposição – “Olhares Múltiplos Sobre Cinco Cidades” – praticamente “entrega” o propósito da iniciativa que passa a ocupar o Centro Cultural Banco do Brasil a partir desta terça-feira (22) (para convidados) ou nesta quarta-feira (23) (para o público em geral). Faltam, claro, alguns “esclarecimentos”. Os “olhares” vêm de quatro artistas – José Octavio Cavalcanti (desenho), Júlia Bianchi (aquarela), Roberto Marques (colagem) e Altino Caldeira (acrílica) – e recaem sobre as cidades de Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
De acordo com a produtora executiva da mostra Andréa Matos, a ideia é “estimular o sentimento de pertencimento dos brasileiros por suas próprias cidades” e o conhecimento de outras por meio de obras de arte. Condutora dos traços que resultam em belíssimas aquarelas, Júlia Bianchi comemora o fato de conhecer as cinco metrópoles homenageadas nesta primeira investida.
“No caso, para cada cidade, parti sempre do lado mais afetivo para a escolha dos pontos (retratados). Por conhecer todas (as cidades), optei pelos lugares nos quais vivi algum tipo de experiência marcante além de, claro, ter pensado um pouco na plasticidade”.
Como não teve tempo hábil de voltar às praças citadas especialmente para a elaboração das aquarelas, Júlia recorreu a seu embornal memorialístico, às suas referências fotográficas (cliques de sua autoria) para, daí, partir para a tela.
Ela reconhece que o fato de ser belo-horizontina faz com que tenha mais familiaridade com a paisagem urbanística local, mas, ao mesmo tempo, ser instada a mostrar pontos de outras cidades, admite, é tarefa que a instigou. “No caso da capital mineira, foi bacana por ter me desafiado a reavivar a visão, evitando o olhar ‘mais acostumado’. E tem a questão do afetivo. São lugares que adoro, como a Praça da Liberdade. E também gosto particularmente dos desenhos que fiz para Salvador e Rio de Janeiro por mostrarem dois lugares com os quais desenvolvi uma relação de afeto, o Pelourinho e o Pão de Açúcar”, diz ela, que é filha dos artistas Mário Zavagli e Sandra Bianchi, e irmã de Rafael Bianchi Zavagli.
Em tempo: o designer Flávio Vignoli assina a museografia da exposição que também inclui um texto histórico, de Leonardo José Magalhães Gomes, apresentando suas características históricas e culturais. E para cada local ou monumento foi elaborado um verbete com dados históricos, estilísticos ou autorais.