Artistas e produtores viajam para divulgar a música feita em Minas

Pedro Artur - Hoje em Dia
15/04/2014 às 06:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:07
 (Isadora Machado/Divulgação)

(Isadora Machado/Divulgação)

“Viajar é mais, eu vejo mais/A rua, luz, estrada, pó”. Os versos de “Manuel, o Audaz”, parceria firmada por Toninho Horta e Fernando Brant nos anos 70, se aplicam muito bem aos dias atuais – particularmente, aos mineiros que deixam as montanhas para levar sua música aos quatro cantos do mundo. E não faltam “asas” para os artistas tentarem alcançar seus sonhos. Um exemplo é a “leva” que esteve em Cabo Verde semana passada, para participar da Atlantic Music Expo (AME).

A cantora Laura Lopes já havia estado naquele país africano de língua portuguesa no passado e pôde voltar agora para fortalecer relações comerciais. “Desde 2010 mantenho um projeto, ao lado do João Pires, o ‘Luso e Qualquer Fonia’. É um show que junta repertório de Portugal, Brasil e Cabo Verde, países que têm, além de toda a história em comum, a interseção na língua. Com isso, pesquisei muito nos últimos anos sobre a música cabo-verdiana e meu CD (“Abaporu”, de 2013) tem influências diretas dessa cultura”, explica a artista, uma entre os sete contemplados pelo Edital de Feiras do Música Minas – programa de fomento realizado a partir de uma parceria entre Fórum da Música e Governo de Minas – para participar da AME.

Para ela, a oportunidade serve também para fortalecer os laços com a cultura do país insular. “Acho que as expectativas de resultados com essa participação na feira é fortalecer a ponte Brasil-Cabo Verde, que já possui uma afinidade musical incrível, como as parcerias históricas de Cesária Évora e Caetano Veloso ou da cantora contemporânea Mayra Andrade, que gravou seu segundo álbum com grandes nomes da música brasileira – Jacques Morelenbaum, Marcos Suzano, André Mehmari. Além disso, abre portas para a participação do nosso trabalho em festivais de vários lugares do mundo”, acredita Laura Lopes, com a experiência de já ter realizado turnê, por conta própria, pela Europa, ano passado, e ter participado do Grammy Latino, concorrendo ao prêmio de melhor projeto gráfico com “Abaporu”. l

Dibigode retorna à terra do Tio Sam

Também pelo Música Minas, o grupo mineiro Dibigode – com pegada do instrumental contemporâneo calcada no jazz e rock – viaja esta semana para Minneapolis (EUA) para gravar um disco com releituras de clássicos de Ataulfo Alves, como “Mulata Assanhada” e “Saudade da Amélia”, e fazer dois shows. A banda pretende também lançar em novembro o sucessor de “Naturais e Idênticos ao Natural de Pimentas da Jamaica e Preta”, de 2011.

Esta é a segunda incursão do Dibigode nas terras do Tio Sam – a primeira, porém, foi realizada com recursos próprios. “Pelo ‘Música Minas’ já fomos a Fortaleza (CE), mas, para fora do país, será a primeira vez”, destaca Thiago Eiras, um dos integrantes. Para ele, a experiência “lá fora” colabora também para o amadurecimento da banda.

Made in BH

Ainda na aba do “Música Minas”, Duzão Mortimer lançou sua carreira solo em Nova York no início do mês. Na apresentação, no bar Sob’s, Mortimer mostrou o repertório do seu primeiro disco, “Trip Lunar”, que será lançado no final de maio em BH.

A ida do show para a big apple foi intermediada pelo filho do cantor, Lucas Mortimer, baterista da banda que, por sua vez, coloca mais um personagem nesta história, o canadense Robert Singerman. “Além de ajudar com o agendamento do show no Sob’s, também intermediou contatos para promover o show, principalmente junto a produtores brasileiros radicados aqui (em NY)”, diz Lucas, que mora nos Estados Unidos desde 2013, onde frequenta o curso de Tecnologia de Áudio.

Singerman, vale lembrar, presta consultoria ao Brasil Music Exchange, programa de exportação de música brasileira financiado pela APEX e gerido pela BM&A, e colabora para a negociação entre artistas brasileiros e a América do Norte. 

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