Artistas se unem e ganham espaço no mercado

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
06/05/2016 às 18:14.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:18
 (Lucas Medeiros/Divulgação)

(Lucas Medeiros/Divulgação)

Artistas de diferentes áreas de atuação em Belo Horizonte estão comprovando a máxima de que a união faz a força. Muitos estão criando plataformas colaborativas para ganhar mais espaço no mercado. Criada no final do ano passado por cinco bailarinos, a Rede Sola de Dança veio para mexer com as estruturas da dança na cidade. “A Rede surgiu do desejo de criar um mercado para a dança solo no Brasil. Vamos usar BH como uma sede”, comenta a bailarina – e uma das gestoras do projeto – Priscila Patta.

A necessidade veio da insuficiência de mecanismos voltados para a dança e da dificuldade de acessar as leis de incentivo. “Queremos criar um mercado independente e conseguir uma continuidade nas temporadas de dança na cidade, que hoje se limitam muito aos festivais existentes no calendário”, justifica. 

Arrecadação
Para realizar o lançamento oficial do projeto e viabilizar a primeira mostra da Rede Sola, os gestores conceberam uma campanha de financiamento coletivo pelo site variavel5.com.br/projetos/mostrasola. “Precisamos arrecadar fundos para garantir, ao menos, a estrutura do evento, que acontece no final do mês”, elucida a dançarina, lembrando que faltam apenas três dias para o término da campanha no site.

O evento citado por Priscila ocorre nos dias 27 e 28 na sede do grupo teatral Espanca!, um dos parceiros da iniciativa. Nos dois dias haverá apresentação de espetáculos solos para teatros e espaços alternativos, mostra de produção literária sobre dança e palestras. “Queremos expandir a noção de dança”, afirma a moça. Outro evento marcado para esse ano é a I Mostra Sola de Vídeo-Dança, marcado para acontecer em julho. 

Os artistas interessados em fazer parte da Rede Sola podem enviar o material de trabalho para redesoladedanca@gmail.com

Como participar

A rede trabalha com modalidades diversas, não se prendendo à dança contemporânea. Ela ocorre por meio do facebook.com/redesoladedanca, e conta com um perfil no Instagram (@redesoladedanca). “Somos cinco gestores. Mas a rede é aberta para artistas do mundo todo, que podem participar entrando nas programações dos eventos; sugerindo pautas ou levando material para propostas que já temos. Fazendo palestra, e por aí vai”, exemplifica Priscila. Nomes conhecidos da cena mineira como Vanilton Lakka, Mário Nascimento, Dudude Herrmann e Regina Amaral já integram a Rede Sola. 

A plataforma não foi pensada apenas para os artistas, focando-se também na formação de público. “Por este motivo não restringimos a rede a apenas um tipo de dança. Os eventos não ocorrem somente em formato de festival, mas de leituras sobre o assunto que podem despertar o interesse do público”, finaliza. 

Iniciativas semelhantes nas artes visuais e no teatro

Na última semana de abril surgiu a plataforma Emerge, voltada para a comunidade de artistas visuais, que funciona de forma colaborativa por meio do website emerge.art.br. 

Criado pelos artistas visuais Wenderson Fernandes e Rafael Carneiro, a ideia é reunir em um só lugar informações e oportunidades. “Abertura de editais e outras oportunidades de trabalho são postas no site de forma organizada e funcional para a comunidade”, explica Wenderson, de 36 anos. Nereu Jr/Divulgação / N/AEMERGE – Leonardo Costa Brag, Wenderson Fernandes, Lucas Dupin e Rafael Carneiro 

Catálogo

Ainda em fase de testes, o usuário que colaborar com conteúdo para o site poderá montar um catálogo com suas preferências e receber notificações de postagens novas. Até o momento são 500 usuários registrados e dez colaboradores. “A fase de testes deve finalizar no primeiro semestre desse ano”, anseia.

Na área das artes cênicas, a Platô – Plataforma de Internacionalização do Teatro atua há pouco mais de três anos. Dirigida por Marcelo Bones, diretor artístico do grupo Teatro Andante, ela é formada por coletivos de muita expressão em Belo Horizonte: Cia Luna Lunera, Grupo Espanca! e Teatro Invertido, além do Teatro Andante.

“O Brasil tem uma produção rica, mas participa muito pouco de festivais internacionais. A plataforma vem para fazer isso acontecer”, afirma Bones.

Portfólio

De forma coletiva, os grupos dividem os gastos com estrutura para materiais bilíngues e outras necessidades. Foi montado um portfólio, e dessa forma já participaram de importantes festivais na América Latina. “Temos a intenção de ampliar para outros grupos, mas para isso o projeto precisa amadurecer”, explica Bones. Divulgação / N/APLATÔ – Integrantes da plataforma estiveram no Festival Internacional de Teatro de Manizales, na Colômbia, em 2015

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