Com seu jeito debochado, Danilo Gentili reclama das regalias do seu colega de elenco em "Mato Sem Cachorro", destacando que se viu obrigado a dividir um sofá com Bruno Gagliasso enquanto Dusty Duffy ganhou camarim próprio durante as filmagens.
Mas ninguém duvida da capacidade do astro americano. Gentili se impressiona com o currículo do cão (Isso mesmo, cão). "Contando parece engraçado, mas a verdade é que o currículo dele impressiona", afirma, lembrando que o animal é o Sam do cult seriado "True Blood".
Nas ruas do bairro carioca de Copacabana, um dos muitos cenários do filme, previsto para estrear no final do ano com distribuição da Imagem, Duffy também fez sucesso entre os curiosos, que se encantaram com o talento especial do canídeo para... "cair duro" de uma hora para outra.
Narcolepsia
"É a primeira vez que se mostra um cachorro narcoléptico no cinema", salienta o diretor Pedro Amorim. Diante do ar incrédulo dos jornalistas, ele emenda que uma pesquisa no You Tube comprovará que a característica clínica do personagem de quatro patas não é fantasia de roteirista.
A novidade chamou a atenção de adestradores de animais de Holly-wood. "Fomos para Los Angeles em busca de um profissional que poderia se encaixar à realidade orçamentária do cinema brasileiro. Todos que procuramos amaram o roteiro e tivemos uma espécie de disputa pelo papel", recorda Amorim.
Estreante na condução de longas, o cineasta garante que a coisa mais fácil da filmagem, ao contrário do que se esperava, foi fazer Duffy ficar paralisado. "O problema estava na interação dele com os atores, já que tínhamos muito diálogos. Felizmente deu tudo certo", registra.
Leandra carrega filhote no adeus a "Mato Sem Cachorro"
A entrada do animal como pivô romântico em "Mato Sem Cachorro" está na gênese do roteiro escrito por André Pereira. "A ideia de um cão sequestrado por um ex-namorado enciumado com o novo romance de sua garota foi o ponto de partida. Não queria qualquer cachorro. Aí inclui a maluquice da narcolepsia", conta.
"Cachorreira" assumida, Leandra Leal gostou tanto da experiência que se despediu das filmagens levando para casa um dos filhotes de Duffy. "Sou apaixonada por cachorro. Tenho dois, além de uma gata. Se pudesse, teria também papagaio, galinha... São seres muito especiais", salienta.
É o primeiro filme mais comercial da atriz, que sempre esteve voltada para o cinema independente. "É uma experiência nova, muito diferente dos filmes que tenho feito. Achei o roteiro muito maneiro e quis fazer. Além de tudo, pus pilha para o Bruno fazer comigo e foi ótimo ele ter sido escolhido", explica.
Medo
Gagliasso faz o papel do sequestrador, um músico que vê um relacionamento chegar ao fim. Gentili é o primo que ajudará na concretização da empreitada. O comediante não nega que "cagou de medo" e já espera por críticas pesadas. "Meu maior medo era não exagerar. Não tinha pretensão de ser um Robert De Niro, mas também não queria ser um incômodo para a história".