'Até a eternidade': Rogério Flausino e Sideral celebram 'parceria de sangue' cantando Cazuza

Lucas Buzatti
18/12/2018 às 18:14.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:38
 (Antonio Andrade/Divulgação)

(Antonio Andrade/Divulgação)

“Nossos destinos foram traçados na maternidade”. São vários os versos de Cazuza que se encaixam na história de Rogério Flausino e Wilson Sideral, mas esse é o mais emblemático. No caso dos irmãos, o tal destino sem dúvida era a música, que partilham há 30 anos. Celebrando a parceria de sangue, os músicos mineiros se reúnem para reverenciar a obra de um dos artistas que mais influenciaram a formação musical deles. O show “Flausino e Sideral Cantam Cazuza” acontece nesta quinta-feira (20), no Distrital, e ainda conta com os DJs Adair Groove e Kriok e a banda Rockstrela.

Em entrevista ao Hoje em Dia, Sideral conta que Cazuza foi uma das grandes inspirações para que a dupla formasse a primeira banda, a Contato Imediato, ainda na cidade-natal de Alfenas, no Sul de Minas. “Era o começo dos anos 80 e aquela geração maravilhosa tomou o rádio de assalto. Barão, Titãs, Legião, Paralamas. A gente tocava tudo isso e quem mais nos emocionava eram Cazuza e Renato Russo”, relembra. “Cazuza é um dos maiores poetas da nossa música. É impressionante como, a cada dia que passa, ele se torna mais relevante. Antes dele, não existia essa coisa de rock em português. Ele se apoderou da língua para falar de sentimentos de uma forma muito diferenciada”.

Para Sideral, o manejo com as palavras, a presença de palco e a versatilidade eram alguns dos pontos-chave de Cazuza. “Você pega a letra de ‘Todo Amor que Houver Nessa Vida’ e pensa que ele tinha 20 e poucos anos. Olha a poesia disso, cara”, afirma. “Aí, quando a banda dá certo, ele sai para fazer carreira solo, para fazer MPB. E escreve músicas como ‘Faz Parte do Meu Show’ e ‘Codinome Beijaflor’. Cazuza era aquele roqueiro, performer, que dominava o palco, mas que cantava o amor de uma forma sensível”. 

Assim, o show perpassa diferentes fases da obra do carioca, incluindo sucessos como “Beth Balanço”, “Ideologia”, “O Tempo Não Pára”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Faz Parte do Meu Show”, “Blues da Piedade” e “Exagerado”. “A ideia é transportar as pessoas para aquela época. Por isso, mantivemos os arranjos o mais próximo possível dos originais”, afirma Sideral, que assina a direção musical do show, ressaltando que a banda é formada por Adriano Campagnani (baixo), David Maciel (bateria), Marcelinho Guerra (guitarra), Breno Mendonça (sax) e Wagner Souza (trompete). “Tivemos a bênção de Lucinha Araújo (mãe de Cazuza), o que nos emocionou muito. Quando ela nos viu no Rio, disse: ‘hoje, eu descobri o que é a eternidade’”, conta.

O músico ressalta ainda que, tão importante quanto reverenciar Cazuza, é voltar a dividir o palco com o irmão, hoje atribulado com a agenda frenética do Jota Quest. “Antes de mais nada, é um show para matar saudades. O Jota viaja muito, eu também estou sempre tocando. Então, nem sempre estamos perto como gostaríamos, apesar de a sintonia ser a mesma”, diz. “Mas os anos vão passando. Estou com 43 e o Rogério, com 46. Não dá para ficar esperando. Até porque o tempo não pára”. 

Serviço: "Flausino e Sideral Cantam Cazuza". Quinta-feira (20), a partir das 20h, no Distrital (Rua Opala, s/n, Cruzeiro). Os ingressos custam R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia).

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