Atriz australiana promove filme britânico no Festival de Gramado

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
02/09/2016 às 17:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:40
 (Edison Vra/Pressphoto)

(Edison Vra/Pressphoto)

GRAMADO – Português e espanhol são as línguas oficiais do Festival de Cinema de Gramado, que encerra hoje a sua 44ª edição, na serra gaúcha. Mas o inglês também se fez presente nesse ano, a partir da parceria com o festival Sundance, dos Estados Unidos, que trouxe à cidade dos chocolates a australiana Rachel Griffiths, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1999, por “Hilary and Jackie”.

Chocolate, por sinal, será uma das lembranças que Rachel, também conhecido pela série “A Sete Palmos”, levará na mala na volta para Melbourne, onde reside, com três filhos, após sua primeira viagem ao Brasil, mas ela também não esquecerá o “rosto sempre aberto” das pessoas. “Nunca me senti tão bem acolhida ao chegar a um país. Espero arranjar logo uma desculpa para voltar a Gramado!”

Desafio

Bem-humorada, Rachel apresentou o filme “Mammal”, de Rebecca Daly, produção irlandesa em que ela interpreta um papel diferente das comédias que participou, como “O Casamento de Muriel” (1994) e “O Casamento de Meu Melhor Amigo” (1997), ambos dirigidos por P. J. Hogan, e “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” (2013), de John Lee Hancock. Esse trabalho será exibido no dia 19 de novembro, no Sundance Channel (Sky).

“Fiz trabalhos mais leves, mais comédias. Esse filme me desafiou, pois a personagem fala pouco e tive que me concentrar mais nos gestos”, observa Rachel, que vive Margaret, uma mulher que leva uma vida rotineira, até que seu ex-marido reaparece, para dar a notícia do filho que ela não vê há anos. Ao mesmo tempo, ela acolhe um jovem arruaceiro das redondezas, com quem passa a ter uma relação que alterna entre o maternal e o amoroso.

“Sempre interpretei mulheres que, confusas ou não, eram muito decididas e conscientes em relação aos seus sentimentos e decisões. Margaret não é assim. Pelo contrário: ela é mutilada emocionalmente e não toma muita consciência das escolhas que faz na vida”, analisa Rachel, que, apesar de trabalhar em Hollywood, não se deslumbrou com a Meca do cinema. 

Na cerimônia do Oscar, achou tudo surreal e artificial. “Quando fui ao Oscar, percebi que não me tornei uma atriz para dar entrevistas no tapete vermelho sobre a cor das minhas unhas ou sobre o conceito do meu vestido. O que considerava especial era estar com a minha equipe celebrando o reconhecimento para um filme que fizemos juntos”, recorda. 

almos

Opinião diferente tem sobre a TV, onde protagonizou o fenômeno “A Sete Palmos”, série que ajudou a reinventar a linguagem do veículo. “A partir dali, mudou tudo. Antes, as pessoas duvidavam, questionavam a razão de eu aceitar fazer televisão”, lembra a atriz, que cita “A Família Soprano” e “The Wire” como o ponto de partida na mudança dessa linguagem, mais ousada que o cinema atualmente. 

“Particularmente, a experiência me marcou por dar os holofotes a mulheres em todas as suas qualidades e imperfeições”, registra.

Recentemente ela terminou de filmar a minissérie “When We Rise”, dirigida por Gus Van Sant, que acompanha o movimento pela luta dos direitos dos gays, lésbicas e transgêneros nos Estados Unidos.

O repórter viajou a convite da organização do Festival de Cinema de Gramado

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