Atriz Gorete Milagres comemora no palco os 25 anos da personagem Filomena

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
21/01/2020 às 08:34.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:21
 (LEANDRO FURIA/DIVULGAÇÃO)

(LEANDRO FURIA/DIVULGAÇÃO)

“Puro preconceito”, observa Gorete Milagres, ao comentar a reação das pessoas quando veem uma Filomena “mais arrumadinha”. A personagem cômica, dona do bordão “Ô, Coitado!” completou 25 anos de palco no ano passado e, neste meio tempo, passou por uma grande repaginada, com dentes tratados e bem vestida.

“Humanizei a Filomena. Agora ela usa roupa de crochê e está muito antenada. Nunca foi burra, mas sim simples e perspicaz. Está ligada no 220 volts, sabendo de tudo que estão fazendo com o meio ambiente e as artes. O momento é bem confuso, mas ela tem a visão clara das coisas”, registra a humorista.

É essa Filomena que se apresentará no Grande Teatro do Sesc Palladium, de hoje até quinta, dentro da 46ª Campanha de Populariza-ção do Teatro e da Dança, com o espetáculo “Filomena 25 anos de Peleja”. Gorete passa a limpo a trajetória da empregada do interior que venceu na cidade grande, juntando vários “causos” já contados em outras peças.

Para quem queria a antiga Filomena, a atriz mineira dá um recado: “Hoje não existe uma Filomena como era antes. Gente de dente podre só se for mendigo ou louco de rua”, avisa Gorete, que continua “mamando nas tetas mineiras” ao acompanhar de perto a evolução das domésticas que lhe inspiraram, em Piranga, na Zona da Mata.

“Quando tinha meu quadro no programa ‘A Praça é Nossa’ (<CF36>do SBT</CF>) e escrevia os meus textos, deixava um gravador pequeno com elas. Tudo o que falo nos espetáculos é muito real. Não foi nada inventado”, registra Gorete, sublinhando que todas “evoluíram” e hoje estão com filhos bem criados.

Tão real que Filomena não escapou da crise econômica. Assim como os conterrâneos de Piranga, a personagem saiu do interior para criar uma agência de empregadas, mais tarde transformada em aplicativo. Hoje, voltou à “peleja”, colocando novamente a mão no espanador, mas na expectativa de um futuro melhor em breve. 

A doméstica virou “a cara” do Brasil, capaz de falar sobre qualquer coisa. Não é à toa que a personagem é constantemente convidada para fazer publicidade e participar de eventos corporativos. “Já inaugurei com ela loja de pão de queijo no interior de São Paulo e fiz um trabalho sobre reciclagem de lixo em Jericoacoara, no Ceará”.

O espetáculo estreou em outubro de 2019, em Piranga, e chega a Belo Horizonte pela primeira vez. O ano deve contar ainda com o lançamento do filme “As Aparecidas”, sobre três idosas que não se viam há anos e que resolvem se encontrar em Aparecida do Norte. Gorete interpreta a cuidadora da personagem de Eva Wilma.

SERVIÇO:
“Filomena 25 Anos de Peleja” – De hoje a quinta, às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro). Ingressos: R$ 44 (meia, R$ 22).

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