Augunstin Hadelich: violinista executa peça de Bartók

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
25/03/2014 às 07:14.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:50
 (Divulgação)

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Em entrevista ao Hoje em Dia, o músico ítalo-germânico Augustin Hadelich parece ficar tímido ante a constatação de sua juventude. Mas não há como ser diferente: ele tem apenas 29 anos e já é mais do que considerado um virtuose do violino, instrumento que abraçou aos cinco anos. O riso algo tímido revela um certo constrangimento. No entanto, o rapaz fica mais à vontade ao falar do motivo que o traz de volta à capital mineira. “Sì, é la terza volta”, confirma ele, referindo-se à terceira vinda a Belo Horizonte– a anterior, aconteceu há dois anos.

Já com entusiasmo, se põe a elogiar o maestro Fabio Mechetti, que, mais uma vez, se põe a reger, logo mais à noite, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, em apresentação no Grande Teatro do Palácio das Artes, nesta terça-feira (25), a partir das 20h30.

Na entrevista, concedida na última segunda-feira (24), por telefone, Augustin contou que, nesta nova incursão no Brasil, também se apresentou com a Osesp. Daqui, retorna a Frankfurt, Alemanha.

Em relação ao repertório escolhido para o concerto desta terça-feira (25) no Grande Teatro, lembra o quanto a execução da peça de Béla Bartók é intricada. “Dificílima”, salienta. “Mas Mechetti é ‘bravissimo’, é um prazer dividir o palco com a Filarmônica mais uma vez”, ressalta.

A obra à qual ele se refere é o “Concerto para violino nº 2”, do compositor húngaro (1881 – EUA, 1945). Bartók, por sugestão do violinista Zoltán Székely, escreveu a peça de forma tradicional, com três movimentos. Székely, a quem a obra foi dedicada, estreou a obra em março de 1939, em Amsterdam, sob a regência de Willem Mengelberg.

Mas a noite terá outros bons momentos. A abertura, na verdade, será com “Fidelio”, de Beethoven (1770 – 1827). Embora se trate da única ópera de Beethoven, a obra conta com três versões distintas e quatro aberturas independentes. A abertura apresentada pela Orquestra foi composta em 1814, nove anos após a primeira versão.

Na sequência, entra em cena a já citada obra de Bartók. Na sequência, a obra “Erosão”, de Heitor Villa-Lobos (Brasil, 1887-1959), ganha o palco. O poema sinfônico encomendado pela Orquestra de Louisville foi concluído em 1950 e estreado, no ano seguinte, pelo maestro Robert Whitney.

E para encerrar o concerto, será executada a “Rapsódia Romena nº 1 em Lá maior”, de George Enescu (Romênia, 1881 - França, 1955). Ou seja, não há, aqui, apenas uma cereja no bolo.

Em tempo: não bastasse o talento que destila ao violino, Augustin também tornou-se conhecido como um belo exemplo de superação. Aos 15 anos, ele foi vítima de um incêndio que atingiu o vinhedo de sua família, na Itália, e teve uma boa parte do corpo atingida, tendo que passar por intervenções cirúrgicas extremamente delicadas. “Já faz muito tempo”, desvencilha-se ele do assunto, com elegância. Em 2001, regressou aos palcos e, desde então, coleciona prêmios e conquistas. Os maus momentos ficaram definitivamente para trás, para sorte do público apreciador da boa música.

Série Vivace– Hoje, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537). 1 em Lá maior, op. 11. Ingressos: R$ 70 (Plateia I), R$ 54 (Plateia II) e R$ 36 (Plateia superior).

Meia para estudantes e maiores de 60 anos, mediante comprovação.

Informações: 3236-7400
 

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