Ausência e tempo: livro ensina a lidar com sentimentos

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
04/11/2016 às 19:37.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:31

Pela ilustração da capa e o título – “A Menina que Engoliu o Sapo” –, você pode até pensar que se trata de um livro para crianças a partir dos três anos de idade. Mas o volume de páginas já aponta outro caminho e, ao correr os olhos pela escrita um pouco mais rebuscada, percebe-se logo que a publicação é voltada para o público infantojuvenil. 

A obra da carioca Dilma Bittencourt trata de temas como a relação com o tempo e o péssimo hábito de guardar sentimentos, “engolindo sapos” durante a vida, e a forma como isso influencia no amadurecimento. A autora nos apresenta Priscila, menina que vive à espera do pai (que saiu de casa) e que precisa conviver com uma mãe preconceituosa e amarga.
 
A protagonista nos mostra seu universo de forma poética e misteriosa. No desenrolar da história, muitos personagens atravessam o caminho da menina: a cozinheira, o padre e até Deus. Tudo permeado pela procura contínua por um casaco desaparecido, metáfora do abrigo que só o pai poderia proporcionar.

Todos os encontros parecem ter uma base filosófica, cheia de termos e expressões sofisticadas, algo pouco visto em obras para este público, o que em nada atrapalha o entendimento da trama sobre separação, amor, solidão, ciúme, homossexualidade, saudade e dor. No final, tudo está ligado ao tempo, definido pela autora, no epílogo, como “um acorde tocando a eternidade”.

“A Menina que Engoliu o Sapo”, de Dilma Bittencourt. Editora Topbooks. 114 páginas

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