Belo-horizontinos aproveitam tempo livre para atividades culturais, aponta pesquisa

Elemara Duarte - Hoje em Dia
02/12/2014 às 22:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:14
 (Circuito Cultural Praça da Liberdade)

(Circuito Cultural Praça da Liberdade)

As atividades culturais estão na preferência de quase meio milhão de moradores de Belo Horizonte quando têm um tempinho livre. O número é uma projeção que faz parte da pesquisa “Cultura em Belo Horizonte: Hábitos Culturais em BH”, divulgadas nesta terça-feira (2), em seminário realizado no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna. Esta é a primeira vez que o estudo é feito em BH.    Para o levantamento foram entrevistadas 653 pessoas com mais de 12 anos abordadas em pontos de grande fluxo da capital mineira, entre abril e maio deste ano. O questionário usado para colher as posições dos moradores tinha mais de 80 perguntas e foi levado a campo pelo Instituto Datafolha.    A projeção mostra o peso que as atividades culturais têm entre a população urbana, hoje estimada em cerca de 2,4 milhão de pessoas, segundo dados do Censo do IBGE, de 2010. A população com mais de 12 anos de idade é de pouco mais de 2,1 milhão. A maior parte dos entrevistados fazem parte das classes B e C e têm o Ensino Médio (46%).     Música, filme, shopping e livro   Ouvir música (97%), assistir filmes (93%), ir a shoppings (80%), ir a cinemas (60%) e ler livros (60%) encabeçam as cinco principais atividades mais realizadas nos momentos de lazer dos belo-horizontinos, relembradas por eles em 2013. Na outra ponta do levantamento, as cinco atividades menos escolhidas pelos moradores da capital nos momentos de folga são ir a museus (24%), seguido de ir a espetáculos de dança (23%),  ir a concertos (16%), participar de saraus (14%) e ir a circos (13%).   Educação versus cultura   A pesquisa também mostrou que o grau de escolaridade determina o acesso a determinados eixos de cultura. A informação pode ser confirmada quando se considera o número de pessoas que nunca foram a um concerto. Entre as pessoas que têm curso superior, esta porcentagem de entrevistados é de 45%. Entre aqueles com apenas o Ensino Fundamental, 74% nunca assistiram a um concerto musical.    Atividade popular e reconhecidamente preferida nos meios urbanos, em média, a ida ao cinema está fora dos costumes de apenas 6% dos moradores. Entre os entrevistados com Ensino Superior, a porcentagem de "não cinéfilos" não passa de 1%, entre aqueles com Ensino Fundamental, chega a 11%.   Além da capital mineira, a pesquisa foi feita em cidades do estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A pesquisa foi idealizada pela empresa de consultoria JLeiva Cultura & Esporte e realizada com patrocínio das empresas Oi, BH Airport e CCR.   Uma confirmação   Alguns participantes do seminário viram os resultados da pesquisa como uma confirmação do que já sabiam, até então, de uma forma dedutiva. “Tudo nosso é muito intuitivo. A pesquisa legitima o que a gente nota no fazer diário com a cultura”, a o produtor cultural Aluizer Malab.    “Sabemos que a cultura impacta, mas quanto?”, pontua o idealizador da pesquisa João Leiva. Sobre a adesão de grande parte dos entrevistados para as atividades ligadas ao Cinema, Leiva explica que o cinema tem uma rede instalada maior e que pode ser acessada qualquer dia da semana, além disso justifica ele, a TV estimula a ida aos cinemas. “Teatro e museu o trabalho de convencimento é diferente”, alega.   “A pesquisa mostra as oportunidades de investimento. Há várias áreas que ainda não têm muito público, mas que têm muito espaço para crescer. Estamos em um momento positivo, a educação está melhorando e a distribuição de renda também”, analisa Leiva. Mostramos aspectos em que as pessoas têm interesse em certas áreas culturais, mas não têm acesso.   Mas como sensibilizar o cidadão para a diversidade de manifestações culturais? “A pesquisa reafirma algumas suspeitas que a gente tinha. É um norte tanto para os espaços culturais quanto para o poder público para continuar investindo no despertar do interesse para a diversidade cultural”, avalia a secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras.   A secretária admite que “sozinhos” os programas educativos não são suficientes para alavancar este público. Para esta “descoberta” variedade cultural pelo cidadão ela defende uma “linguagem precisa”, adesão da imprensa e entre outras iniciativas vindas de  vários setores da sociedade.   Outros números apontados na pesquisa   - A comédia é o gênero preferido no teatro para 88% dos entrevistados. Já os musicais são a principal escolha de 30% do público e o stand-up de 20%. - No cinema, os filmes de aventuras são vistos pela maioria, cerca de 57% dos entrevistados, seguidos pelos filmes de comédia, com 50% da preferência, e de romance, com 32% das escolhas. - O Palácio das Artes está entre os equipamentos culturais mais citados pelos moradores de BH, com 97% das referências. Destes, 63% já estiveram no local para alguma atividade cultural. - O sertanejo é o ritmo preferido pela maioria dos entrevistados de BH (45%) e São Paulo (40%). Na capital mineira, a preferência é seguida por MPB (36%), gospel (22%) e pagode (20%). Ainda entre os fãs de sertanejo de BH, a pesquisa mostra que 32% - a maioria dos entrevistados – gostam de sair de casa para dançar em eventos de música sertaneja. - No Rio de Janeiro o ritmo mais querido é o pagode, com 36% das escolhas dos entrevistados, seguido pela MPB (32%). O funk corresponde a 10% das preferências musicais na “cidade maravilhosa”. - Em Salvador, o ritmo mais ouvido, com 36% da preferência é a MPB. Segundo a pesquisa, o axé corresponde a 15% das escolhas dos entrevistados.

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