BH verá Ozzy Osbourne pela última vez hoje

Thiago Pereira
talberto@hojeemdia.com.br
18/05/2018 às 12:44.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:54
 (Divulgação)

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É um “goodbye to romance” de Ozzy Osbourne com aquele que sempre pareceu ser seu par ideal. Mais do que a esposa Sharon, os parceiros de Black Sabbath ou até seus guitarristas fiéis – como Randy Rhoads ou Zakk Wylde –, é o público o grande motivador para o mestre levantar da cama diariamente. 

Hoje, às 20h, no Mineirão, o público mineiro terá a chance de ver e ouvir Ozzy cantar seus clássicos, contar piadas incompreensíveis com seu dialeto característico e, claro, latir para a lua, pela última vez, já que um dos maiores loucos (no melhor e pior sentidos) da história do rock já anunciou que deve se despedir de turnês mundiais.

Compreensível. Afinal, o Iron Man só existe mesmo nas histórias em quadrinhos e nas telas de cinema. Até Ozzy, anos guerreando com os porcos (uma alegoria que aqui serve para falar de gravadoras, músicos, ele mesmo) deve ter chegado à inevitável conclusão: está cansado. 
 

Emoldurando a página, 10 razões para ir assistir ao lendário cantor que se apresenta hoje na Esplanada do Mineirão (Av. Antônio Abrahão Caram, 1001–Pampulha). O show está marcado para às 21h, abertura de portões às 16h. Ingressos: a partir de R$ 150

Pensando dessa maneira, até que o Príncipe das Trevas e suas performances sombrias, de orgulhar referências ocultistas, como Mr. Aleister Crowley, postergou sua pilha de apresentações ao vivo muito além do imaginável. São 50 anos nos palcos, cinco décadas de shows históricos– no Brasil, a presença dele na primeira edição do Rock N´Rio foi seminal para a expansão do heavy metal no país. 

O milagre mesmo se justifica pelo que aconteceu entre um show e outro. Ozzy é um dos trens mais loucos que já se descarrilaram dos trilhos do rock. Aventuras animais (morder morcegos, aspirar formigas) e fazer do próprio corpo um verdadeiro béquer humano, com toda variedade de químicos que pôde experimentar, fizeram parte do seu lema, que mereceria ser tatuado entre os tantos rabiscos que seu dorso abriga: “I don’t wanna stop!”. 


Antes de cair no vão do esquecimento ou na vala comum dos roqueiros precocemente enterrados, ele percebeu que a vida não espera; que não queria ver ninguém do lado de lá e nem fechar os olhos eternamente: conseguiu um inusitado e espetacular renascimento midiático no histórico reality show “The Osbournes”. Experiência que, verdade seja dita, se revelou um tiro no escuro – por vezes foi retratado como paranóico –, mas que seguramente renovou seu público.

Assim, hoje à noite fica ainda mais especial atender ao pedido clássico do mestre de “Let me hear you scream!”, para, após um show que deve beirar duas horas, deixar lágrimas de lado. Pais, filhos e mamães que foram tocados pela música de Ozzy saberão que é hora de ele voltar para o lar. A questão que fica é: há lugar mais caseiro para o cantor do que o palco?

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