Blocos de Carnaval agitam BH no Festival Sonoriza

Lucas Buzatti
16/01/2019 às 09:14.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:03
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia/Arquivo)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia/Arquivo)

“Ninguém solta a mão de ninguém”. O lema de resistência que ganhou força no pós-eleições presidenciais também é o refrão cantado em uníssono pelos blocos carnavalescos que integram o Sonoriza este ano. A festa, que acontece desde 2016, visa a arrecadar recursos para o desfile de seis blocos de rua de Belo Horizonte: Então, Brilha!, Juventude Bronzeada, Havayanas Usadas, Garotas Solteiras, Pena de Pavão de Krishna (PPK) e Tchanzinho Zona Norte. Nesta edição, que acontece sábado, serão mais de 12 horas de música na Serraria Souza Pinto.

A ideia é financiar, com a venda dos ingressos (R$ 25), a infraestrutura de som e trio elétrico dos seis blocos. Juntos, os participantes levaram 980 mil foliões às ruas da capital em 2018, segundo a produção da festa, assinada pela produtora A Macaco. 

Regente do Juventude Bronzeada, Rodrigo Magalhães, o Boi, conta um pouco sobre a iniciativa. “Em 2015, no terceiro ano de desfile da Juventude, percebemos um crescimento absurdo do Carnaval. E vimos que não tínhamos como pagar”, relembra. 
“Então, buscamos soluções coletivas entre os blocos que já tinham uma identificação e chegamos a essa ideia, um crowdfunding presencial em que a recompensa é a própria festa”, completa, pontuando que à época faziam parte Juventude, Brilha Tchanzinho, PPK e Baianas Ozadas. 

Boi ressalta que a festa sempre fez diferença na realização do cortejo da Juventude. “Principalmente no primeiro ano o dinheiro arrecadado era muito relevante. Para a Juventude, sobretudo, não seria possível desfilar sem o Sonoriza. Eu diria que 70% do desfile foi pago pela festa”. 

A realidade é parecida com a do Garotas Solteiras, que entrou para o time em 2017. “Nesse primeiro ano o dinheiro arrecadado com a festa conseguiu financiar 100% do som para o nosso Carnaval”, destaca um dos regentes, Jhonatan Melo. “No ano passado, a nossa estrutura precisou ser ampliada, mas o dinheiro arrecadado com a festa também ajudou a cobrir os gastos”, completa.

Uma das cantoras do Brilha, Michelle Andreazzi destaca que o Sonoriza também proporciona o envolvimento entre as diferentes partes integrantes do bloco. “O Então, Brilha! é um bloco formado por muitas pessoas. Existe a produção, a bateria, o naipe de vozes, o ‘requebra’ (ala de dança), a equipe de apoio e os foliões. Todo mundo que se veste de rosa e dourado e sai cedinho no sábado, antes do sol nascer, é Então, Brilha!”, ressalta. “Assim, quando as pessoas que se sentem parte do Brilha e dos outros blocos vão ao Sonoriza, estão fazendo uma troca muito bacana. Para nós, sempre foi muito importante estreitar esses laços”, defende. 

Para Andreazzi, as formas de bancar os blocos foram mudando com o aumento da folia. “No início, era tudo muito simples, pequeno. As próprias pessoas que brincavam o Carnaval faziam acontecer. Hoje, a gente conta com diversas fontes de financiamento”, diz, explicando que, em 2018, o Brilha fez campanha de financiamento coletivo que ajudou a cobrir gastos, além de contar com patrocinadores e o Sonoriza. 

Jonathan Melo faz coro. “O carnaval de BH cresceu de forma espontânea e exponencial nos últimos anos e isso fez com que os gastos tenham aumentado muito também”, ressalta. “A cada ano, precisamos melhorar a estrutura de som e elaborar toda a logística do cortejo para tentar atingir uma maior quantidade de foliões que querem participar do cortejo do Garotas”, completa. 

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