Bonecas e brinquedos ganham as redes sociais e milhares de seguidores

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
19/04/2015 às 09:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:42
 (Flavio Tavares)

(Flavio Tavares)

Ela tem 20 anos, namora, tem um guarda-roupa invejável e, não bastasse, ainda recebe convites para badalados eventos de moda. Nas mãos do figurinista Alex Dário, Cloé se tornou ícone de crianças e adultos do mundo fashion, além de conquistar dezenas de seguidores em suas redes sociais. “Ela é uma homenagem ao universo feminino”, frisa o mineiro, responsável por dar vida à boneca Blythe, que ganhou do designer Vitor Carpe há um ano.   Só no Instagram (@cloedisse), Cloé é seguida por mais de duas mil pessoas. “A coisa tomou uma proporção tal que ela é convidada para os eventos – eu vou apenas levá-la”, conta Dário, divertido. Por onde passa, a ruivinha causa (justificado) frisson. “Teve um motorista no Rio de Janeiro que pediu para fazer foto dela para mostrar à filha”, relata o pai da Cloé. “E tem gente que pergunta se é uma boneca mesmo e se eu vendo”, registra ele, que faz questão de fotografar Cloé com todos que demonstram carinho por ela – celebridades ou não. “Cloé circula por vários ambientes. É amiga de muitas celebridades, mas também do porteiro do prédio, do garçom e de todos que a cercam. E tem quem afirme que gostaria de ser ela”, enfatiza Dário.   Clicando Cloé cada dia com um look diferente, Dário diz que essa é uma forma de tornar a vida mais leve. “Ela é seguida por crianças e pessoas queridas. É um lado doce da vida. É para brincar”, finaliza.   Outra iniciativa similar veio da psicóloga mineira Marta Alencar, 53 anos. Inspirada no filme “Amélie Poulain” (a personagem clicava anões de jardim), ela criou a Tina Descolada, uma Barbie cadeirante que posta fotos de suas viagens no Facebook (tina.descolada). A boneca foi adquirida há três anos para auxiliar Marta em seu trabalho com pessoas portadoras de deficiência física e seus familiares. Um mês após a compra da boneca, criou a rede social da Valentina, que tem 19 anos e uma rotina normal: cozinha, malha, lava roupas e viaja. “Vejo que isso ajudou famílias a quebrar a barreira do preconceito”, celebra.   Marta já foi abordada por crianças na rua ao clicar Tina. “Querem saber porque está “dodói”. Já teve criança que disse não gostar dela porque estava na cadeira”, rememora Marta, que percebe, nessas situações, a oportunidade de mudar a visão dessas crianças. No “Face”, Tina conversa com todos os seus amigos. “Tem uma senhora cadeirante das Filipinas apaixonada por ela. É uma forma leve de tratar o tema e chegar mais rápido ao coração das pessoas”.   ‘É muito afetiva, a reação das pessoas’, conta Maria Misk   Com mais de 100 mil seguidores no Instagram (@iloveplaymo), o projeto que leva os icônicos bonecos Playmobil para a internet começou de forma despretensiosa pela psicóloga Maria Misk, 37 anos, em 2011. Colecionadora dos simpáticos bonecos, Misk decidiu retratá-los em situações cotidianas, e dar vida a esse brinquedo que faz parte do imaginário de muitos adultos. “As primeiras fotos bombaram e decidi continuar com a página”, relata.   Com 7 centímetros e meio de pura fofura, eles chamam a atenção dos passantes no momento em que estão sendo fotografados por Misk. “Algumas crianças se aproximam e dão ideias para a foto. Outras perguntam onde vai sair. É muito afetiva, a reação das pessoas”, comenta.   A montagem da maioria das fotos é feita em cenários reais. A idealizadora também tenta acompanhar os acontecimentos atuais, como na época do desafio do balde de gelo (para arrecadar fundos à pesquisa e ajuda a pacientes portadores de esclerose lateral amiotrófica). “Percebo que as fotos relacionadas a assuntos em alta fazem mais sucesso”, avalia ela, que para onde vai leva uma caixa de bonecos.   Em Pouso Alegre, sul de Minas, Cleber Rosa, 33, gerente de marketing de uma emissora de rádio, criou a série “Brincadeiras Fotográficas” há um ano. A iniciativa de montar cenas com seus brinquedos e as bonecas de sua esposa veio como solução para aprimorar seus conhecimentos na área da fotografia. “Como não tinha tempo para fotografar fora de casa profissionalmente, resolvi fazer isso internamente”, justifica.   Para simular ações da vida real com brinquedos, ele lançou mão de carrinhos, aviões, soldados de guerra, barbies... Como tudo é feito dentro de casa, os cenários onde os brinquedos são inseridos são feitos no computador. “Coloco os brinquedos em frente ao tablet ou ao notebook e fotografo”, revela.   A brincadeira se tornou séria e foi parar em sua página na internet (cleberrosa.com.br ), além de aguçar a curiosidade das pessoas. “Atinge todos os públicos. O que mais ouço são pais dizendo que os filhos gostaram, que tentaram fazer em casa para eles... mas que não deu certo”, ri.

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