'BUMM' exalta a força da mulher

Terceira montagem do Arande Coletivo, espetáculo estreia nesta quinta-feira (8) no CCBB-BH

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com
07/06/2017 às 10:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:58
 (Bianca Aun/Divulgação)

(Bianca Aun/Divulgação)

Quatro mulheres, de diferentes culturas e religiões, se encontram confinadas, juntas, após uma explosão ainda sem sentido. O que motivou o estouro? O que virá depois do trauma? No instante entre esses dois momentos, como lidar com as diferenças entre elas? O que são essas diferenças e até onde, de fato, elas importam? Essas são algumas das certeiras perguntas levantadas pelo espetáculo “BUMM”, terceira montagem do Arande Coletivo, que estreia nesta quinta-feira (8), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH), onde fica em cartaz até 26 de junho.

Em “BUMM”, as quatro atrizes do grupo – Dora Sá, Gisele Milagres, Laura Bastos e Maíra Cesarino– dão vida, respectivamente, a Greta, Guadalupe, Kaurú e Kori. “O espetáculo partiu da pesquisa de como diferentes culturas encaram os ritos de passagem. Cada uma das atrizes escolheu estudar um universo: o judaísmo, os ritos africanos, os ritos indígenas e o rito mexicano do dia dos mortos”, conta a atriz Dora Sá. “Essas mulheres se deparam com um desejo comum de cuidar umas das outras. Uma força feminina que leva ao questionamento sobre as diferenças entre elas”, diz.

Formado há 10 anos no Oficinão Pé na Rua, do Galpão Cine Horto, o coletivo contou, pela segunda vez, com outro importante reforço feminino. “Ficamos durante um ano e meio burilando o espetáculo, mas algumas coisas não iam para a frente. Então, chamamos novamente a Inês Peixoto para assumir a direção”, afirma Dora Sá, lembrando a parceria com a atriz e diretora do Grupo Galpão. “Depois de formatada a ideia, convidamos o Eduardo Moreira, que também é do Galpão, para conduzir a dramaturgia do espetáculo”, completa. 

Inês Peixoto conta que, durante o trabalho de pesquisa, experimentou junto ao coletivo diferentes estruturas dramáticas para colocar em cena os ritos de passagem. “Chegamos à ideia da explosão, uma situação extrema em que nos defrontamos com a vida e com o que nos torna diferentes”, afirma a diretora. “O espetáculo não dá respostas, mas levanta reflexões sobre como enxergamos as diferenças do outro. Ali, essas quatro mulheres descobrem-se semelhantes em relação às suas escolhas e questões de vida. Somos todas feitas do mesmo barro, do pó viemos e para o pó voltaremos”, reflete Peixoto.

A diretora ressalta que o espetáculo é um exemplo da força feminina, a começar pela própria realização. “Foi um trabalho feito com equipe muito enxuta, bancado com as economias do próprio grupo. Um trabalho de resistência mesmo”, sublinha, reiterando que a peça busca provocar a reflexão do público. “Somos tão iguais que às vezes nos percebemos diferentes. Mas quando caímos na esfera do comum, nos despimos dessas diferenças. Somos humanos”.

Serviço: Arande Coletivo estreia “BUMM”. De 8 a 26 de junho, de segunda a quinta-feira, sempre às 19h, no CCBB-BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). 

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