Buscas no Google refletem acontecimentos e comportamento dos brasileiros

Jéssica Malta
31/12/2018 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:48

Idealizado há 20 anos, o Google já deixou, há muito tempo, de ser somente uma plataforma de pesquisas. Apelidado por muitos de “oráculo”, tornou-se apontador de tendências e espaço para a resolução de dúvidas. Das mais simples, como a diferença ente “Por que ou porque?”, às complexas e influenciadoras de decisões como “Por que votar no Bolsonaro?”.

“É uma ferramenta muito interessante para indicar o desejo das pessoas, para mostrar para onde elas estão olhando e o que elas vão querer”, afirma o trend hunter e professor do Centro Universitário UNA Aldo Clécius.

Prova disso são os itens que compõem o ranking de termos e perguntas mais buscadas no Google em 2018, refletindo o interesse e a curiosidade dos brasileiros. Para Bruno Fernandes, professor de Marketing Digital da Fundação Dom Cabral, a lista espelha, principalmente, o comportamento das pessoas diante da plataforma e, também, dos acontecimentos.

“Na corrida eleitoral, por exemplo, tanto de um lado quanto de outro, o ambiente digital foi fundamental. As pessoas buscaram informações e se instruíram por ele”, coloca, apontando que dúvidas sobre a escolha do presidente do país e os fatos que marcaram as Eleições 2018 estiveram presentes no ranking. 

O famoso jeitinho brasileiro também não deixou de dar as caras nas buscas. Em meio à crise de abastecimento, causada pela greve dos caminhoneiros, a população perguntou “Como fazer gasolina?”. 

“Isso é interessante, porque mostra que as pessoas usaram o Google para resolver um problema, que era o desabastecimento”, observa Bruno Fernandes, ressaltando o próprio caráter de “oráculo” do Google. 

Essa busca por tutoriais também é destacada por Aldo Clécius. “As pessoas procuraram muito ‘como fazer’ algo para ter a habilidade de resolver os próprios problemas. Isso indica que em 2019 vamos buscar por soluções práticas para o dia a dia”, aponta.

Acompanhando sempre o ranking da plataforma, que é divulgado anualmente, Fernandes avalia que não há novidades em relação às buscas feitas em anos anteriores, nem surpresas quanto aos dados. “Não há nada que outra retrospectiva do ano não pudesse trazer”, diz ele, lembrando que as buscas que permearam o ano estão relacionadas a grandes acontecimentos como a Copa do Mundo. 

Quanto ao entretenimento, tema comum entre as pesquisas todos os anos, ele justifica a presença de reality shows como “Big Brother Brasil”, da Globo, e “A Fazenda”, da Record, ao formato interativo dos programas. “Eles aparecem desde sempre, justamente por envolverem as pessoas. Elas votam, participam, torcem”, sublinha. Editoria de Arte

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