César Lacerda lança o disco 'Tudo Tudo Tudo Tudo' em Belo Horizonte nesta sexta-feira

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
22/03/2018 às 15:06.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:59
 (Lorena Dini/Divulgação)

(Lorena Dini/Divulgação)

Estourar bolhas culturais e alcançar novos públicos, rompendo a “lógica algorítmica” que vem contaminando a produção e a fruição da arte. Essas foram algumas das intenções que nortearam a guinada pop de César Lacerda em “Tudo Tudo Tudo Tudo”. Lançado no ano passado, o terceiro álbum do cantor e compositor mineiro, radicado em São Paulo há três anos, será apresentado nesta sexta-feira (23), pela primeira vez em Belo Horizonte, no Cine Theatro Brasil Vallourec.

O disco é fruto da parceria entre o artista e o produtor musical paulistano Marcus Preto, que vem trabalhando com músicos como Gal Costa, Tom Zé, Nando Reis e Mallu Magalhães. “Quando me mudei para São Paulo, estava lançando ‘Paralelos Infinitos’ (2015), que tem uma motivação estética mais ligada ao indie americano. Nessa época, conheci o Marcus Preto e, desde então, começamos uma série de diálogos e digressões sobre o meu trabalho e sobre o cenário da música brasileira. Dessas conversas, veio o desejo de construir uma linguagem pop, mais direta, que tente alcançar outras pessoas”, conta o artista.

Para Lacerda, o disco é amarrado esteticamente por um olhar mais amplo em relação às potencialidades da música pop. “Digo que é uma humilde cartografia de músicas de interesse popular, pensadas de uma forma mais expandida. A minha geração de compositores foi muito influenciada pela música dos anos 60 e 70, e eu diria que esse trabalho tem mais referências dos anos 80 e 90”, afirma.

No show, o artista executa, além das canções de "Tudo Tudo Tudo Tudo", versões de artistas diversos – de Angela Ro Ro a Lady Gaga, de Caetano Veloso a Só Pra Contrariar. “Existe uma narrativa, que vingou muito depois da ditadura, de que a MPB é a grande música brasileira. Eu realmente acho que é, mas penso que é muito negativo que, para colocá-la nesse lugar, tenha que se jogar no chão outros estilos tão potentes quanto”, diz.

Na história

Falando em MPB, Lacerda estreita cada vez mais seus laços com seus grandes nomes. A canção “Minha Mãe”, composição dele com letra de Jorge Mautner foi a responsável por reunir novamente Gal Costa e Maria Bethânia em uma mesma gravação–a primeira das duas em 28 anos. “De fato, é algo incrível estar entre ídolos. Estamos falando das duas maiores cantoras do Brasil, das cantoras do meu coração. E Mautner, além de um grande compositor, é uma figura mitológica que criou uma narrativa muito especial para a música brasileira”, afirma Lacerda.

“E pensar que as últimas gravações de Gal e Bethânia foram de canções de Dorival, João Gilberto e Gil. Agora, será uma música minha e de Mautner. É uma honra sem tamanho. Estou nisso como uma criança que vai ao cinema pela primeira vez”, brinca.

Serviço: César Lacerda apresenta “Tudo Tudo Tudo Tudo”. Sexta-feira (23), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada) 

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