Canções de artistas brasileiros ganham versão ilustrada em livro

Lady Campos - Hoje em Dia
21/09/2015 às 07:39.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:48
 (LORO VERZ PARA O LIVRO FAMÍLIA/SALAMANDRA/DIVULGAÇÃO)

(LORO VERZ PARA O LIVRO FAMÍLIA/SALAMANDRA/DIVULGAÇÃO)

Uma boa canção precisa ser ouvida, entoada e lida. Foi com esse pensamento que a editora Salamandra investiu na coleção “Músicas para Ler”. O projeto, baseado em canções de artistas brasileiros, acaba de tirar do forno “Família”, de Arnaldo Antunes e Tony Bellotto, e “Oito Anos”, de Paula Toller – músicas bastante conhecidas do público e que agora chegam em versão para leitura, ilustradas por Loro Verz e Bruna Assis Brasil, respectivamente.   Ao contrário de outros projetos do gênero, que também lançam CD junto com a publicação, “Músicas para Ler” destaca a letra da canção e as ilustrações, que segundo Danilo Belchior, editor de texto da editora Salamandra, ampliam as possibilidades de interpretação do texto. Mas quem quiser escutar a versão original de cada canção, pode acessar o hotsite da coleção (salamandra.com.br/musicasparaler).   MÚSICA E POESIA   Os títulos são puro deleite. Não se assuste se você se pegar folheando o livro e cantando ao mesmo tempo. Para alegria dos pequenos, em ambas as publicações existem encartes contendo cartela de adesivos com os personagens e objetos da história.   “Oito Anos”, de Paula Toller e coautoria do músico Dunga, entoa os questionamentos do garoto Gabriel, filho de Paula. “A história dessa música começou numa conversa de família. Meu cunhado dizia que minha sobrinha fazia muitas perguntas; estava meio implicante porque não queria saber a resposta, só queria perguntar... Essa conversa me levou a pensar nas perguntas do Gabriel, na época com 7, 8 anos. Comecei a querer fazer uma canção só com as perguntas dele. Por que os ossos doem quando a gente dorme? Coisa de menino, dor de crescimento. Por onde os filhos saem? (risos) Por que você se pinta? Quando ele me via maquiando. Tem outras questões que fui juntando e a gente não sabe a resposta. A música tem letra muito trabalhada para conseguir ficar simples e delicada. Brincadeiras poéticas”, explica Paula Toller no site da editora.   Oito anos   A singela “Oito Anos” virou um hit infantil na voz de Adriana Calcanhotto no projeto Adriana Partimpim. A ilustradora Bruna Assis Brasil conta que soltou a imaginação e, talvez, por isso, “Oito Anos” tenha sido o livro mais diferente que ela ilustrou.   “Criar pequenas histórias secundárias foi o meu grande desafio. O texto é muito poético e isso fez com que não tivesse limite para as minhas ideias”, conta Bruna, que inseriu técnica mista de colagens e finalização digital no Photoshop.   “Usei fotos e texturas de papel, essa mistura deixa a ilustração muito rica”, acrescenta a curitibana que é apaixonada pela atmosfera retrô e que coloriu de vermelho todas as bochechas dos personagens.   Família   A escolha de “Família” para o segundo livro do projeto, de acordo com Danilo Belchior, levou em conta a linha narrativa da canção que poderia ser ilustrada como se fosse uma história, mesmo que originalmente não tenha sido feita para criança. “O humor e a identificação que as pessoas têm com a música ‘Família’ nos fizeram escolhê-la, assim como o desafio de dar uma nova identidade a uma canção que já está presente no rádio há quase 30 anos”.   “Essa música é interessante e feliz. Me lembro que no início dos Titãs a gente fazia muitos encontros. Fui ao apartamento do Arnaldo (Antunes) na (avenida) Paulista para a gente compor. A música foi nascendo naturalmente. Eu estava com um violão. A gente foi fazendo a música e anotando... Eu e o Arnaldo começamos a fazer uma brincadeira com essa coisa da caretice e os aspectos cômicos que têm uma família. E a música foi rolando. Foi uma tarde muito feliz. Talvez a gente tenha feito outra coisa, mas o que ficou mesmo foi a música ‘Família’, lembrou Tony Bellotto.   Artista plástico, cartunista e ilustrador, Loro Verz conta que seus desenhos foram criados de maneira a criar uma harmonia entre música, formas e cores. “Soltei a mão enquanto criava”. Eu pensava e olhava o mundo com os olhos de uma criança”, conta o ilustrador de “Família”.   Entre as fontes de inspiração do artista, texturas das paredes de São Paulo, música e os quadrinhos, mais particularmente os trabalhos de Robert Crumb e Will Eisner. “É um livro sobre música, não podia ser diferente, as ilustrações dançam nos olhos. Usei muitas cores e formas diferentes para dar a impressão de harmonia, ritmo e movimento. Achei que funcionou muito bem! É música para os olhos!”

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por