Cantor e compositor Luiz Rocha lança segundo álbum

Thiago Pereira
talberto@hojeemdia.com.br
22/10/2018 às 16:53.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:22
 (MARCOS MEDEIROS/DIVULGAÇÃO)

(MARCOS MEDEIROS/DIVULGAÇÃO)

Um disco cheio de morte, mas que também dá voz à vida e suas múltiplas possibilidades: “Rastro Quente”, do mineiro Luiz Rocha, reúne em suas quatro canções a tentativa do compositor transformar em arte questões profundas, tanto pessoais quanto coletivas. “Já na música que abre o trabalho, ‘No Sinal’, o sujeito da canção pensa em desistir, mas resolve não fazer isso. As pessoas às vezes tem entendido o disco como pessimista, mas vejo de outra forma: perceber de que não é possível ser feliz o tempo todo e resistir o caminho da morte, da violência, da tortura é o melhor que temos para fazer”, acredita.

O trabalho, que será lançado neste sábado em show na Casa do Baile, de alguma maneira sumariza uma série de inquietações do artista, muitas elas ligadas a esta ideia do “desistir”, que já vinha sendo elaborada de outras maneiras por Rocha– inclusive cenicamente, já que ele é ator do Grupo Galpão. “Mas recentemente a vida tem me mostrado umas lições, para ficar mais do lado dela, e a transformar essas questões em outras coisas”, revela. 

Nessa direção, “Rastro Quente” se estabelece como uma narrativa mais ou menos consistente, de canções que dialogam umas com as outras, mas sem necessariamente se propor conceitual, ou uma “obra, um manifesto”, como Rocha define. Isso justifica também a escolha por fazer um trabalho mais curto. “Uma série de outras perguntas ficaram de fora. Depois de conversar muito com o Leonardo (Marques, produtor do disco), ele sugeriu buscar um equilíbrio de temas, para não ficar muito pesado”. 

Neste processo, outra mudança significativa veio à tona: a ausência da guitarra, instrumento do qual se dedicou quando capitaneava a banda Todos os Caetano do Mundo. “Costumo brincar que guitarra ficou meio ‘coentro’, dependendo da música você não ouve mais nada além dela”, compara. “Aos 38 anos, me vi meio velho pra ficar ‘escovando’ guitarra e resolvi apostar em violão de 12 cordas, craviola, viola caipira. Pesquisar novas sonoridades. Mas minha busca ainda é achar um ‘drive’ uma pegada para este formato. O show (onde se apresenta em trio, com Bernardo Bauer no baixo e Gabriel Bruce na bateria) é uma aposta nesse sentido”, diz. 

Luiz Rocha lança “Rastro Quente” no sábado, às 17h30, na Casa do Baile (Av. Otacílio Negrão de Lima, 751– Pampulha). Entrada gratuita

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