Cantor e compositor portelense Monarco faz show em Belo Horizonte

Hoje em Dia
14/06/2013 às 08:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:07

Sabe aquela música? "Numa estrada dessa vida/ Eu te conheci/ Oh, Flor!" E aquela outra? "Eu quis te dar/ Um grande amor/ Mas você não/ Se acostumou/ À vida de um lar/ O que você quer é vadiar.../ Vai Vadiar!". É tudo música do Monarco, algumas delas em parceria com outros bambas. O mestre sambista comemora 80 anos em agosto e pensa em lançar disco de inéditas desse mesmo naipe. Enquanto o CD não fica pronto, ele percorre o país e a próxima parada é em BH, nesta sexta-feira (14), no Granfinos (avenida Brasil, 326, Santa Efigênia), às 22 horas.

"Não tem muita novidade, são músicas que fizeram sucesso na voz do Martinho, do Zeca, do Paulinho da Viola", enumera, na base da humildade, em entrevista ao Hoje em Dia. O show faz parte do projeto Delegas Samba Clube, idealizado pelo violonista e compositor Thiago Delegado.

Sobre o "niver", portelense de carteirinha, Monarco diz que o celebrará na quadra da azul e branco. Como? "Dia 17 de agosto. Vai ter uma boa roda de samba. Quem chegar entra", explica o esquema.

Na noite de anteontem, o compositor participou do Prêmio da Música Brasileira, e ganhou como "Melhor Cantor", na categoria Samba (foto ao lado; leia mais na página 10). "Já são os presentes que estou ganhando", considera.

Produtivo aos 80

O disco novo sairá com aproximadamente 20 inéditas. "Adoro compor. 'Se houver motivo é mais um samba que eu faço'", diz, pegando carona no samba de Zé Kéti. Monarco diz que quer fazer o CD com músicas "do baú".

"É sem intenção de fazer sucesso. É só pra registrar. Se acontecer de ser sucesso, é bom, mas não faço nada pensando nisso. Faço espontaneamente, com amor", ensina, na segunda lição para descer do salto alto.

Se motivo houver e se aparecer samba, é preciso do aval dos colegas. E nisso também há mais um ensinamento precioso. "Apresento com simplicidade. Nasceu um negocinho aí, vocês querem ouvir?", reproduz.

Esta mesma falta de afetação, parece, segue junto de alguns intérpretes dos sambas de Monarco. "Veja o Zeca Pagodinho. É um cara que fala o nome dos compositores das músicas no show. Ele enaltece o autor. Se fosse outro, podia ficar quieto. Ele aponta pra gente e diz ‘esse aí que é o dono da criança. Não eu’".

O músico contabiliza 56 anos de carreira contados a partir da primeira gravação, "Vida de Rainha". Mas, antes, desde os 17, já compunha. Hoje, reúne aproximadamente 300 composições. Dessas, 150 foram gravadas.

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