Cantora catarinense Ive Luna faz show-laboratório de seu primeiro disco solo em BH

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
02/10/2018 às 18:59.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:45
 (Sarah Torres/Divulgação)

(Sarah Torres/Divulgação)

Já faz um ano e meio que a catarinense Ive Luna escolheu viver em Belo Horizonte, cidade onde, pouco a pouco, tem gestado seus próximos trabalhos e criado novas conexões artísticas. Compositora, cantora, preparadora vocal, diretora musical, arranjadora e maestrina, Luna está presentes a lançar seu primeiro disco solo, intitulado “Xirê”. An tes de botar o disco na rua, porém, a artista vem realizando shows com diferentes formações, a fim de experimentar diversos instrumentos, sonoridades e recursos vocais.

Uma dessas apresentações acontece no próximo sábado (6), no Sesc Palladium. O show evidencia a busca de Luna por ambientes sonoros valvulados, que se diferenciam de seus trabalhos anteriores e acústicos. “Fiz parte por muitos anos do grupo Cravo da Terra, um quinteto de Florianópolis que trabalhava com instrumentos acústicos, como violão, violino, contrabaixo, flauta transversa e percussão camerística. Há algum tempo, já sentia a vontade de experimentar uma sonoridade mais pesada, mais eletrônica, com recursos como baixo e guitarra elétrica, para ver como a voz se comporta. Queria experimentar o canto nesse lugar mais aberto, testando recursos vocais e novas maneiras de cantar”, explica a artista. 

À medida que o grupo Cravo da Terra foi interrompendo suas atividades, Luna percebeu que era o momento de se dedicar a um trabalho solo. “Sou casada com a Clarissa Alcantra, que desenvolve um trabalho com o teatro desessência de investigação dos cultos afro-brasileiros. Ela me propôs criar cinco pontos para cinco orixás e, daí, surgiram as primeiras composições do disco”, explica a catarinense. “Naquele momento, me veio a ideia de que o disco se chamasse ‘Xirê’ (palavra Yorubá que significa festa ou canto ritual). Para mim, o lugar do palco é sagrado. É onde acontece meu ritual de canto e partilha”, completa. 

A partir destes cinco pontos, foram surgindo as outras faixas do disco – que, como sublinha Luna, não se dedica somente ao trabalho dos orixás. “O álbum partiu dessa matriz, mas foi se abrindo para outras composições, que se cruzam na música brasileira, esse manancial de encontros rítmicos e melódicos”, pontua, ressaltando que, até agora, o trabalho conta com 12 faixas, em processo de experimentação. “É uma investigação sonora. Tenho mudado a formação e experimentado ideias antes de gravar o disco, o que deve acontecer no ano que vem. Fiz o processo inverso”, reflete a artista, que diz ainda que “os shows estão servindo como laboratório”.

No sábado a apresentação terá participação da cantora mineira Bia Nogueira e Luna contará com efeitos eletrônicos, guitarra, violão e duas percussões. “Dessa vez, não teremos baixo, os graves ficarão com as percussões e os efeitos”, explica.

Serviço: Ive Luna apresenta "Xirê". Sábado (6), às 19h, no Teatro Júlio Mackenzie, no Sesc Palladium (avenida Augusto de Lima, 420 – Centro). Os ingressos custam R$ 35.

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