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Música para entrar na igreja, dançar de rosto colado, embalar a viagem de carro, dedicar a alguém na rádio no fim da noite. Impossível imaginar uma história sem trilha sonora para balançar os corações apaixonados. E quem melhor do que os artistas para falar sobre a relação intensa entre música e amor?
Vários relacionamentos entre jovens são marcados pelas músicas românticas e tocantes de Tiago Iorc. O rapaz fez a versão do clássico “What a Wonderful World” para a abertura da novela global “Sete Vidas”, dentre outros sucessos. E diz que, quando o artista está apaixonado, as canções nascem mais espontaneamente.
“A paixão leva a uma sensibilidade menos pensada, menos controlada pela obviedade. Desse descontrole costumam surgir coisas muito verdadeiras e são normalmente as músicas que comovem mais”, afirma Tiago Iorc, de 29 anos.
A música é muito importante para o relacionamento dele com a atriz Isabelle Drummond, que interpreta a Júlia em “Sete Vidas”.
“Gostamos muito de ouvir Dave Matthews Band. Quando viajamos de carro, nos divertimos cantando, dividindo vozes quando a música pede um dueto”.
Dono da “trilha sonora” de muitos romances Brasil afora, Fábio Jr. diz que as canções mais românticas costumam nascer quando está apaixonado. “As músicas saem quando vivo uma experiência intensa, seja feliz ou nem tanto. É pra colocar tudo pra fora mesmo”, diz o cantor, com 40 anos de carreira.
INESQUECÍVEL
E se todo mundo tem na memória uma listinha de músicas que lembram os amores, com os famosos não é diferente. Angela Ro Ro, de 65 anos, nunca se esqueceu do quão importante foi para ela a gravação do cantor-ator Richard Harris para “Macarthur Park”.
“Essa música marcou um amor platônico de adolescência por uma amiga. Nós mantivemos a amizade, embora à distância, porque ela se mudou para a Europa. Mas sempre que nos encontramos, lembramos da canção com muita graça e afeto”, conta Angela.
Emoção por ser a trilha sonora da vida alheia
Nada mais emocionante para um artista do que saber que o que criou é parte da vida de pessoas que ele nem conhece. Fábio Jr., por exemplo, já recebeu inúmeros feedbacks de fãs. “São histórias de reconciliação, pedido de namoro e principalmente casamentos que acontecem com trilha sonora na minha voz”.
Com Tiago Iorc, o episódio mais tocante foi em Brasília. “Um rapaz me pediu o palco ‘emprestado’ no meio do show. Subiu, chamou a namorada, fez uma declaração de amor, se ajoelhou e a pediu em casamento. O público vibrou”.
Mas é de Angela Ro Ro a história mais inusitada. Em 1981, ao ir ao tribunal resolver um imbróglio judicial, ela se deparou com um fã que não imaginava ter. “O juiz convidou a mim e ao meu advogado para ir até a sala dele. Lá, tirou das gavetas LPs e compactos meus. Confessou que tinha uma amante e que os encontros eram ao som das minhas músicas”.
Há, ainda, casos em que os fãs inspiram músicas. Vista mais de 67 milhões de vezes no Youtube, “Mozão” foi uma homenagem do cantor e compositor mineiro Lucas Lucco às seguidoras, assim apelidadas por ele. “A música conta uma história de amor baseada em sonhos e persistência. Acredito que as pessoas se identificaram. Quem nunca teve um grande amor?”, pontua.