“Capitão América 2 - O Soldado Invernal” chega como o melhor filme da safra Vingadores

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
10/04/2014 às 09:05.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:03
 (Divulgação)

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Só poderia mesmo acontecer em história de super-heróis: o “pior” defensor do planeta, pelo menos em matéria de entretenimento no cinema, encontra a redenção no que é, até agora, o melhor filme da safra recente da galeria de personagens da Marvel Comics.

Após largar atrás, apresentando o mais fraco longa entre os cinco integrantes dos Vingadores (os outros são Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk e Thor), o Capitão América se transforma num herói com H maiúsculo em sua segunda aventura na telona, que aporta hoje nos cinemas.
O êxito de “Capitão América 2 – O Soldado Invernal” está, em boa parte, na síntese dos principais ingredientes dos filmes de seus amigos poderosos (incluindo também o pessoal dos X-Men), a começar pela tensão homem/mulher presente em quase todas adaptações.

ORGANIZADAS

A Viúva Negra interpretada por Scarlett Johansson funciona como uma espécie de babá de Steve Rogers, o homem por trás da roupa que estampa as cores da bandeira americana. Mesmo papel que coube à secretária Potts em “Homem de Ferro” e à cientista Jane em “Thor”.

Com isso se quer, além de agradar ao público feminino, mostrar que bravos heróis precisam de um toque feminino, especialmente no campo da organização, longe de serem autossuficientes. A diferença é que a agente russa de Scarlet é mais durona que o Capitão América.

A graça está nos diálogos, na medição de forças para ver quem será o primeiro a ceder, conflito romântico que percorre a narrativa até o final. As dificuldades estão no fato de Rogers ser um homem à moda antiga. Afinal, lutou na Segunda Guerra e hibernou por anos até ressurgir no século 21. O roteiro explora esse lado mais “ingênuo” do herói ao escolher o tema da confiança como seu eixo. Assim como ocorre nos filmes de “X-Men”, está em jogo a falta de moral e a corrupção da sociedade, evidenciadas na S.H.I.E.L.D., agência para a qual o supersoldado presta seus serviços.

SACRIFÍCIO

O Capitão se torna um símbolo de lealdade, manifestado em suas relações com Nick Fury (Samuel L. Jackson), Falcão (Anthony Mackie) e, fundamentalmente, Barnes (Sebastian Stan), por quem o herói se sacrifica para livrá-lo da dominação de um grupo de origens nazistas, a Hidra.

Rogers deixa de ser um estandarte de patriotismo (como acontece no primeiro filme) para refletir a grande desconfiança de nosso tempo em torno das instituições. A clara distinção entre Bem e Mal da década de 1940 é substituída por muita ambiguidade.

Característica que ganha força numa das duas cenas pós-créditos, quando um determinado personagem tenta se reconectar com o passado de homem valoroso ao visitar um museu. E também na escalação de ninguém menos do que o eterno “bom moço” Robert Redford para ser um dos vilões.

AÇÃO LIMPA

Dirigido pela dupla Anthony e Joe Russo, “Soldado Invernal” acerta também em relação ao que não se deve repetir dos enredos da Marvel: o grand finale exagerado, pautado mais por barulho e muita destruição. A ação é “limpa”, muitas vezes resolvida no muque e na perseguição.

E quando se usa a tecnologia, o filme não abre mão de um humor inteligente. Um exemplo é o instante em que Fury é encurralado nas ruas de Washington e “discute” com o computador de seu carro (que nos lembra o saudoso K.I.T.T. da série “A Super Máquina”) sobre quais ações tomar.

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