Capital Inicial comemora, em turnê, 20 anos do disco acústico

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
30/03/2020 às 09:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:07
 (CAPITAL INICIAL/DIVULGAÇÃO)

(CAPITAL INICIAL/DIVULGAÇÃO)

Dinho Ouro Preto é uma das centenas de brasileiros que testaram positivo para o coronavírus. Pouco antes de anunciar no instagram o seu estado de saúde ("É um saco, o que eu tô sentindo me lembre a dengue que eu tive anos atrás", escreveu), o vocalista do Capital Inicial falou ao Hoje ao Dia sobre o grande projeto do grupo para 2020: a turnê comemorativa de 20 anos do álbum "Acústico MTV", que vendeu dois milhões de cópias e mais do dobro estimado em CDs piratas.

Por conta da pandemia, a turnê teve que ser postergada para agosto, quando iniciará o giro por 20 cidades. "O Covid-19 atrapalhou nossos planos, sim. A incerteza dos próximos meses colocou tudo mais para frente, para o segundo semestre", lamenta Dinho, que revela uma mudança de estratégia na banda. "Vamos trabalhar de um jeito diferente daqui para frente. Vamos fazer projetos especiais, com começo, meio e fim. Ou seja, com data para começar e acabar".

A Tour Acústico 2.0 já se insere neste formato, caindo na estrada por apenas cinco meses. Nela, o Capital apresentará todo o repertório do disco acústico, além de incluir outros três músicas: "Noite e Dia", "Não Sei Porque" e outra inédita, ainda guardada a sete chaves. "São boas músicas que ficaram para trás. O CI tem muitas canções das quais eu gosto que nunca foram trabalhadas. Daria para fazer um álbum só de lados B! Escolhemos duas que ficam bem no violão e no piano", explica.

O "Acústico MTV" ­- lançado justamente em março de 2000 - foi um "divisor de águas" na carreira do Capital, como Dinho gosta de definir. "(Com ele), mudamos de prateleira. Foi um sucesso enorme e totalmente orgânico - não havia impulsionamento naquela época", recorda o vocalista, que se mantém ao lado dos irmãos Fê e Flávio Lemos, baterista e baixista, respectivamente. O guitarrista Yves Passarel se juntou ao grupo em 2002, no lugar de Loro Jones.

Dinho lembra que o disco faz um resumo do Capital de 1983, quando começou, ainda em Brasília, de uma dissidência do Aborto Elétrico (que tinha Renato Russo como vocalista), até 2000, mas algumas músicas que fizeram parte daquele repertório acabaram ganhando um vigor até então inesperado. "Entraram canções inéditas que viraram mega hits. Até o que aconteceu com 'Primeiros Erros', que é difícil quantificar ou qualificar", citando a nova versão para a música de Kiko Zambianchi, de 1985.

O vocalista não tem dúvidas da importância do "Acústico MTV" para o rock brasileiro. "Naquele momento, o rock ocupou todos os espaços e a sonoridade daquele disco serviu de referência para muitos artistas, roqueiros ou não. Acho que inspirou roqueiros a buscar o espaço deles. O vento estava favorável", analisa. Ele vai mais longe: "Foi a última vez que o rock transbordou e influenciou outros gêneros musicais, como o sertanejo universitário, que bebeu muito da fonte do nosso acústico".

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