Capital mineira receberá obra-prima de Portinari

Clarissa Carvalhaes - Do Hoje em Dia
18/10/2012 às 07:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:19
 (Yasuyoshi Chiba/AFP)

(Yasuyoshi Chiba/AFP)

Pode anotar na agenda: em setembro de 2013, Belo Horizonte receberá o célebre duo de painéis de um dos mais importantes ícones da pintura no Brasil. “Guerra e Paz”, de Candido Portinari (1903–1962) aporta na cidade para inaugurar, com pompa e circunstância, o V & M Brasil Centro de Cultura – antigo Cine Brasil, em obras há seis anos.

Durante 60 dias (e com entrada gratuita), a Praça 7 hospedará os painéis que por 50 anos ficaram instalados na sede das Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A obra, aliás, só deixou a big apple sob a garantia de restauro no Brasil e, obviamente, sua devolução, prevista para o segundo semestre de 2014. Os painéis já estiveram no Rio de Janeiro e em São Paulo, e ainda devem passar por Brasília antes de chegar à capital mineira. “Antes de liberar as obras para exposição é necessário verificar se há locais em condições reais de recebê-las, já que as telas são grandiosas”, explica Maria Mantovani, diretora da Expomus, empresa responsável por organizar a exposição e traslado dos painéis.

Demanda que, felizmente, foi prontamente atendida por aqui. Entre as solicitações, está, por exemplo, a adequação de temperatura e ambiente que hospedará os monumentos. “As condições climáticas são sempre avaliadas. Determinamos que a umidade tenha média 55% e a temperatura não ultrapasse os 22 graus”, diz Mantovani.

OSLO À VISTA
 
Cada painel mede 14X10 metros – somando 280 metros quadrados. “Depois de Belo Horizonte, eles seguirão para outros países. Talvez para Oslo (na Noruega) porque há o desejo de estarmos presentes na entrega do Prêmio Nobel da Paz”.

EXPECTATIVA

Quanto a Belo Horizonte, a expectativa de João Cândido Portinari, filho do artista e professor de matemática na PUC-RJ, é a de que o público tenha a mesma recepção calorosa aferida no Rio e em SP.

Na abertura, estarão reunidos artistas como Milton Nascimento (que compôs duas canções para a ocasião), Hamilton de Holanda, Fernando Brant, Alex Neoral e a bailarina Ana Botafogo. Além dos painéis, o novo centro de cultura da capital mineira abrigará projeções dos 180 estudos que resultaram em “Guerra e Paz”, além de filmes e palestras.

“Quero estar aqui quando as crianças entrarem e se depararem com os painéis. Quero ver os olhos dos mineiros se defrontarem com esse artista brasileiro”, espera João.

Do orgulho que diz ter conquistado por percorrer o país levando as obras do pai, João resume a obra como “uma mensagem ética e humanista”. Uma mensagem da qual o artista sempre esperou criar: uma pintura que fale ao coração, “porque só ele a entende”.

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