Carlos Bracher coloca sua obra em revista no CCBB

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
12/11/2014 às 08:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:59
 (Blima Bracher/Divulgação)

(Blima Bracher/Divulgação)

Encontrar um novo cavalete não será tarefa hercúlea. “É só ir a qualquer casa de tintas. O problema vai ser encontrar uma alma suplementar”, diverte-se o veterano (e consagradíssimo) artista plástico Carlos Bracher. Explicações pertinentes: nesta quarta-feira (12), o Centro Cultural Banco do Brasil BH, no Circuito Cultural Praça da Liberdade, inaugura a exposição “Bracher – Pintura & Permanência”, retrospectiva que abarca 86 obras. Em 2015, a mostra irá circular por Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.    E é aí que entra a questão da “alma”. É que o ateliê de Bracher migrou de Ouro Preto para o CCBB BH, para ser esquadrinhado pelos olhos dos visitantes – e, assim como está, viajará para as capitais citadas. “O meu acabou, ficou nu”, ri ele. Como o próprio Bracher frisa que o ateliê é a sua alma, veio a brincadeira de que terá que buscar a tal “alma complementar”.   Reassumindo o tom sério de sua fala, Bracher se confessa emocionado com a montagem da empreitada e garante: vale a pena sim, visitar a exposição. Mas, atenção, ele não está legislando em causa própria nem exibindo laivos de pouca modéstia. Refere-se, na verdade, ao trabalho de curadoria e montagem. “Estou muitíssimo feliz, ficou extraordinária a cenografia, há a presença de documentários – são três, sendo dois da Blima (Bracher, sua filha, jornalista responsável por “Âncoras aos Céus”, de 2007, e “Das Letras às Estrelas. JK: dos Sonhos ao Sonho de Brasília”, de 2014)... Está emocionante. E ainda tem a música de fundo o tempo todo, e são as músicas que ouço lá (no ateliê)”, exalta.   Cumpre esclarecer que essa é a primeira exposição interativa, com espaço multimídia, na trajetória de Bracher, que, sim, deu “pitacos” na seleção das obras expostas, ainda que frise, várias vezes, na entrevista, que as loas devem ser dadas ao curador oficial, Olívio Tavares de Araújo. Já os ambientes foram assinados pelo cenógrafo Fernando Mello da Costa, com painéis e instalações. O conjunto traz retratos, marca registrada do mineiro, incluindo autorretratos, além de paisagens, marinhas, naturezas-mortas, cenas do cotidiano e as séries “Homenagem a Van Gogh”, “Do Ouro ao Aço”, “Brasília” e “Petrobras”.   Estarão evidenciadas todas as fase de sua carreira: a questionadora dos anos 1960; a cubista dos anos 1970; o romantismo dos 1980; o modernismo caótico dos 1990 e a maturidade artística e o coroamento de seu estilo dos anos 2000. Aos quase 74 anos, o artista, nascido em Juiz de Fora, reside em Ouro Preto desde os anos 70, ao lado da esposa, a também artista plástica Fani Bracher.    “Bracher – Pintura e Permanência” ´ no CCBB (Praça da Liberdade, 450). Desta quarta a 12/1/2015. De quarta a segunda, das 9h às 21h. Entrada gratuita. 

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