Casais esbanjam vitalidade no balanço pelos bailes da cidade

Vanessa Perroni
29/01/2016 às 07:29.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:13
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Quem observa o casal José e Suzana Bicalho dançando não acredita que ele está prestes a completar 90 anos, e ela, 81. Juntos há quase seis décadas, decidiram comemorar os aniversários no mesmo dia, na pista de dança. Motivo? O casal é apaixonado pelo bailado e frequenta aulas há mais de 20 anos. “Nós vamos aos bailes quando possível”, garante Suzana, que emprestou a data do aniversário para o marido. “Ele, na verdade, faz aniversário em março”, se diverte.

Ao som do tango “Por Una Cabeça”, de Carlos Gardel, eles irão executar vários passos no melhor estilo “Dança dos Famosos” na festa, que acontecerá neste sábado na escola de dança Pé de Valsa.
Para tudo sair do jeito que sonharam, José e Suzana ensaiaram a coreografia durante três meses. “Estávamos um pouco enferrujados. Para não fazer feio, ensaiamos toda a semana”.
Dúvidas de que a comemoração dupla num baile nos moldes tradicionais vai encantar os filhos e netos do casal?

Entretenimento

Baile tradicional, com tango, bolero e valsa, também será o modelo que a festa “Venha, vamos Dançar” vai levar nesta quinta-feira (28) para o Automóvel Clube de Minas Gerais, e já está com ingressos esgotados. O projeto é voltado para a terceira idade e promoverá seis bailes em três cidades mineiras. Belo Horizonte recebe, nesta sexta, a primeira edição. “A expectativa de vida no Brasil é cada vez maior, então precisamos oferecer mais opções de entretenimento para esse público”, justifica a produtora cultural e idealizadora da festa, Beth Lobato, de 65 anos.

O baile será um momento para o público tirar os vestidos longos e ternos do armário e lustrar os sapatos. “Além disso criei um blog com dicas de entretenimento voltado para esse público”, acrescenta Beth.
“Dançar é a melhor coisa que tem para a saúde, pois você se relaciona com o outro, e conversa perto do seu coração”, diz a produtora que anseia que o baile entre para o calendário da capital mineira.

‘Cabeça de Prata’ é sucesso no Minas Tênis

“Eu sou uma ‘piorra’ e minha terapia é dançar”, garante a protetora de animais Marialice Lamarca logo no início da entrevista.
Aos 68 anos, mas “com cabeça de 20”, ela não deixa passar uma oportunidade para mexer os quadris. Sócia do Minas Tênis, ela frequenta as aulas de dança e bailes que o clube promove pelo programa “Cabeça de Prata”.

São quatro eventos grandes ao longo do ano: um baile mensal e aulas às segundas. “Não saio de lá, convivo com outros colegas. É tudo de bom para você se sentir jovem. A idade está nos trejeitos do corpo, não precisa ser dita”, filosofa a dançarina que arrisca passos em qualquer estilo musical.

Ansiosa para o baile de Carnaval do clube, no próximo mês, ela destaca que a dança é um convite para as pessoas não pensarem que depois de uma certa idade tudo acaba. “Tem espaço para todo mundo em qualquer idade. Não podemos parar”.

Parte da história

O Minas Tênis Clube possui cerca de 75 mil associados, entre sócios e dependentes, e deste total 16 mil são pessoas com mais de 60 anos, informa a analista de lazer do clube Luciene Soares.
Ela comenta que cerca de 80 pessoas frequentam as aulas de dança toda semana, e os bailes são sucesso entre essa turma. “O ‘Cabeça de Prata’ faz parte da vida de pessoas que praticamente viram o Minas nascer e crescer”.

‘Pés de valsa’ alcançam equilíbrio de corpo e mente

Arquiteta durante o dia e dançarina à noite. Essa é a rotina da carioca, de família gaúcha e radicada em BH, Maria de Lourdes ou apenas ‘Marilu’, como é conhecida nos bailes.
Há 10 anos ela frequenta as aulas e os bailes da academia 7 e 8 Dança de Salão, na Savassi. Sempre bem-humorada, Marilu frisa que a dança mudou sua vida. “Antes não fazia nenhuma atividade. Tenho as costas quebradas, e hoje não preciso mais usar o colete. A dança ajudou muito”.

Questionada se sente falta de dançar nos dias que não pode ir à academia, ela é enfática. “Você pode ficar sem água? Para mim ficar sem dançar é a mesma coisa. A dança tem o poder de expandir minha alegria”.
Amante do forró, a arquiteta conta que encontrou um novo amor, dançando. “Nos conhecemos na dança e ele me acompanha nos bailes. Mas, se você não tem namorado, com certeza, encontra na dança”, deixa a dica para o(a) leitor(a).

Entusiasmo

Além dos benefícios para o corpo, a dança também é um elixir para a mente. A psicanalista e colunista do Hoje em Dia Simone Demolinari afirma que a dança resgata o convívio social. “Eles fazem novas amizades, desfrutam do prazer da música”. A expectativa para o dia da dança também é algo benéfico. “Isso traz entusiasmo para a vida que até então estava meio sem graça”, finaliza.  

 

 

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