Casas noturnas de BH desafiam a instabilidade que ronda o setor

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
08/05/2015 às 07:31.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:56
 (Bruno Soares)

(Bruno Soares)

A todo momento chega a notícia de uma casa noturna que está abrindo ou fechando portas. Mas Belo Horizonte conta com vários endereços que permanecem como referências para o público boêmio, seja em tempos de crise ou de maior consumo.


Prestes a celebrar 15 anos de existência, a nasala continua a ser a boate mais prestigiada entre a classe A/B. De acordo com o sócio-proprietário Kiko Gravatá, esse sucesso está no fato de a empresa não buscar atender a modismos, mas ditar moda quando o assunto é balada. “A nasala oferece os produtos para os clientes de maneira que eles compreendem que aquilo é divertido, de qualidade premium, independentemente de ser algo que faz parte de uma grande massa”, diz Gravatá.


Um grande diferencial da casa localizada no Ponteio Lar Shopping é tratar bem a ideia de exclusividade e atendimento diferenciado. “Temos que falar diretamente com a pessoa. Temos que saber o que ela gosta de beber, onde gostaria de se sentar, mandar um presente em seu aniversário. Isso é importante para ganhar credibilidade”.


Há tantas pessoas que são fiéis à casa que a nasala recebe muitas festas particulares – até casamentos. “Tem gente que comemora aniversários com a gente há mais de dez anos”.


A Obra


Outro espaço famoso por ter uma clientela fiel é A Obra Bar Dançante, que há 19 anos é a principal referência para quem gosta de uma cultura alternativa. O pequeno espaço da rua Rio Grande do Norte tem programação em todos finais de semana do ano (inclusive Natal, Réveillon e Carnaval) e fica lotado com frequência.


“Desde a abertura, nunca mudamos a nossa linha. Sempre investimos em bandas e DJs emergentes, além de outros artistas com trabalhos alternativos. Costumamos fugir do rock comum”, diz o sócio-proprietário Marcelo Crocco. Um dos segredos está nos funcionários, muitos deles na casa há mais de dez anos. “São pessoas que realmente vestem a camisa. Tem gente que está com a gente desde o dia em que a casa abriu”.


Para fidelizar, aplicativo de celular e transporte gratuito


Localizado no bairro São Pedro, o Lord Pub comemora dez anos de existência neste fim de semana, com uma programação diferenciada, com três bandas por noite. É a segunda casa do Circuito do Rock a ultrapassar a barreira dos dois dígitos – o Jack Rock Bar, no Funcionários, tem 12 anos.


Focado em shows de rock (especialmente cover de bandas famosas), o grupo empresarial conta ainda com o Circus Rock Bar, no Lourdes, e trabalha para que uma casa não concorra com a outra. “No processo de concepção do Circuito do Rock, conseguimos fomentar a cena rock de BH, demos oportunidade para várias bandas alavancarem, aumentando consideravelmente o número de atrações do nosso cardápio musical. Nos primeiros anos, contávamos com aproximadamente 15 bandas na nossa programação, hoje, esse número ultrapassa cem”, explica o sócio-proprietário Gustavo Jacob.


Segundo o empresário, a crise econômica já estava sendo sentida pelo setor no ano passado e o Circuito do Rock se preparou para a atual recessão com várias novidades. “Através de um aplicativo, similar aos que existem para táxis, (é possível) chamar uma van autorizada que o pegará em sua casa e o levará até uma das casas do Circuito do Rock, tudo isso gratuitamente. Dentro das casas, (o cliente) poderá consultar o seu consumo pelo celular e também pagar sua conta pelo mesmo aplicativo, sem enfrentar filas para sair”, explica Jacob, acrescentando que foi criado um “passaporte” para os clientes: quem quiser, pode sair de uma casa para outra sem ter que pagar uma nova entrada.


“Contratamos uma das melhores consultorias em gestão empresarial do Brasil para nos dar um suporte adequado. Assim conseguimos compreender melhor o nosso negócio, aprimorar nossos processos e perceber claramente as oportunidades latentes a serem exploradas. Quando o mercado está favorável, temos a tendência de ficarmos acomodados, satisfeitos com os resultados alcançados. Na crise temos a necessidade de reinventar, inovar”, completa.


Major Lock


Quem entra na Major Lock costuma ouvir uma brincadeira de que a casa deveria se tornar patrimônio cultural de Belo Horizonte, tamanha sua importância para a vida noturna da capital. Com 23 anos de existência, a casa localizada na rua Major Lopes, no São Pedro, é referência para, pelo menos, três gerações de frequentadores.


“Quem nunca foi à Major Lock? Essa é uma casa que tem o carinho de clientes e, até, de donos de outros bares. É possível encontrar aqui pessoas de 18 a 45 anos”, afirma o sócio-proprietário Felipe Marreco.


Segundo ele, o maior segredo é deixar o cliente à vontade, para se “sentir em casa”. “Aqui você bate papo com o segurança, pega sua bebida e pode entrar na cozinha para acompanhar o preparo do drink”, garante Marreco.


A Major Lock costuma ter visitas ilustres. Casa onde o Jota Quest tocava às segundas-feiras antes da fama (quando era J. Quest), o espaço costuma ser o fim de noite para muitos artistas que passam pela capital. “O Marcelo D2, por exemplo, já veio umas quatro vezes”, diz Marreco.


 

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