Quando foi criada no final dos anos 50, a Bossa Nova quebrava com os paradigmas e propunha uma estética bem diferente do que era tocado nas rádios. Chegava oferecendo uma música de conceito minimalista para contrapor os vozeirões de grande sucesso – categoria em que se incluía Cauby Peixoto, um dos mais populares nomes da MPB naquela década.
 
Isso não quer dizer que aquela proposta estética eternizada na voz e no violão de João Gilberto não combine com o tom supergrave do cantor fluminense de 84 anos. A prova disso é o álbum “A Bossa de Cauby Peixoto”, lançado recentemente pela Biscoito Fino.
 
Cauby sempre cantou composições ligadas ao movimento bossa-novista – por sinal, foi o primeiro a registrar “Samba do Avião”, de Tom Jobim, em 1962. O novo álbum, com produção assinada por Thiago Marques Luiz, reforça essa combinação que existe desde os anos 1960.

“A potência da voz não altera o estilo da música (a Bossa Nova, no caso). Claro que tem a minha maneira de interpretar e deixar minha marca”, afirma Cauby, mostrando que há muita liga na mistura.
 
Ativo

O álbum tem um repertório cheio de músicas bem conhecidas pelo público, mas sem cair na obviedade: “Dindi”, “Preciso Aprender a Ser Só”, “Wave”, “Razão de Viver” e outras pérolas. “Samba do Avião” ganha aqui novo registro.
 
“A Bossa” é o segundo disco lançado por Cauby este ano e o nono em dez anos, uma prova de que o cantor continua cheio de energia. “Fazer um disco novo é mais um registro do artista para sua discografia e também a divulgação do mesmo e do seu trabalho. Significa que ele está produzindo”, diz o cantor, acrescentado que está cheio de projetos na gaveta.
 
Sobre a saúde, vai muito bem, obrigado. Após ficar mais de um mês internado no primeiro semestre, ele continua fazendo shows. E com casa sempre lotada, garante.

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