Centenário de Sinatra é brindado com a diva brasileira e o britânico Louis Hoover

Elemara Duarte e Patrícia Cassese - Hoje em Dia
11/08/2015 às 08:00.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:18
 (Wilian Aguiar)

(Wilian Aguiar)

Frank Sinatra vai desembarcar em BH nesta semana por meio de duas importantes vozes – a de um britânico e a de uma diva brasileira. O primeiro é o cantor Louis Hoover, considerado “O Sinatra do Novo Milênio”, que se apresenta nesta quarta-feira (12) no Palácio das Artes. A segunda voz é de Bibi Ferreira. Aos 93 anos, vestida com simplicidade e talento, a carioca sobe ao palco do Teatro Sesiminas, no sábado e no domingo, para lembrar clássicos de “A Voz”.

Na penúltima semana, entre um gole e outro de Coca-Cola, Bibi enfrentou jornada de mais de três horas de entrevistas pelo telefone e falou sobre colocar a própria marca em um repertório tão denso e já consagrado. No dia 12 de dezembro, será lembrado o centenário de nascimento de Sinatra – ele morreu em 14 de maio de 1998, vítima de um infarto.

Bibi diz que nunca “cruzou” com Sinatra nas estradas artísticas. “Eu não fui ao show no Maracanã (1980). Nem nunca o assisti em outros shows. Mas o vi muito no cinema e sempre fui fã. Sempre achei Sinatra um tremendo sex appeal”.

Em “Bibi Ferreira canta Repertório Sinatra”, a cantora virá acompanhada de quinteto sob a regência do maestro Fábio Mendes. Entre as 22 canções, ela também interpreta composições de Tom Jobim (1927-1994) gravadas por Sinatra como “Dindi”, “Water to Drink” e “Quiet Nights of Quiet Stars”.

Já entre as preferidas do legado “sinatriano” ela cita a dançante “That’s Life”. “O ritmo é formidável. Tem muito o que fazer nos dois tempos da canção”, explica, sobre a canção que tem lugar efetivo entre as “top five” no legado do artista. Já “New York, New York”, talvez o mais importante hit de Sinatra, ao lado de “My Way”, também está entre as preferidas para Bibi soltar a voz. Ambas estão no repertório.

Bibi roqueira

Neste show, Bibi também se veste de rock, quando canta “Rock Around The Clock”, canção que ganhou as paradas nos anos 1950, com Bill Halley. Bibi roqueira? “É...”, diz, acrescentando um sorriso pueril. Prova de que versatilidade também pode ser o sobrenome da intérprete. “Acontece naturalmente. Calha”.

Falando em versatilidade, a artista lembra de músicos que admira na atualidade e vindos de vários segmentos musicais. “Eu acho que a melhor voz brasileira é a da Ana Carolina. Ela tem uma voz deslumbrante, perfeita, límpida. Outra maravilhosa também é Roberta Miranda, que tem um repertório muito bom e está constantemente trabalhando”.

Com 74 anos de carreira, Bibi já interpretou repertórios de outros famosos como a francesa Edith Piaf (1915-1963), Dolores Duran (1930-1959), Chico Buarque, entre outros. Tanto fôlego assim de onde vem? “Todos me perguntam como eu me mantenho até agora e eu respondo que é ‘pela a simplicidade’. Levo uma vida simples. Eu não complico. E é isso aí. Tenho Deus, nosso Senhor, Jesus Cristo e a Virgem Maria me amparando na minha vida”, ensina.

Depois do Sinatra, de rock, de Piaf, de sertanejo, para honrar o comportamento sempre versátil com o qual desfila, Bibi Ferreira diz que gostaria de desembarcar é no repertório de Dorival Caymmi. Aí, Bibi vai se vestir de baianidade. Mas sempre, na simplicidade.

“Bibi Ferreira canta Repertório Sinatra”, dias 15 e 16, sábado, às 20h, e domingo, às 19h, no Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia). Plateia I: R$120 e R$ 60 (meia). Plateia II: R$ 100 e R$ 50 (meia).

 

Homenagem com ‘sotaque britânico’

Ansioso. Essa foi a palavra escolhida pelo britânico Louis Hoover para sintetizar o que sente ao trazer, ao Brasil, um espetáculo já ratificado por plateias das mais importantes. Como ele próprio reconhece, ao citar as ovações, de pé, após as apresentações no Royal Albert Hall e no London Palladium. “E performances em todo o mundo”, conta, ao Hoje em Dia.

Detalhe: foi no próprio palco do Royal Albert Hall que Hoover assistiu “The Voice” (1915 – 1998). Tinha, então, apenas 17 anos, mas se lembra que ficou impactado de tal forma que foi logo avisando à namorada, que o acompanhava: “É o que sonho fazer um dia”. O sonho se transformou em realidade e, hoje, pesa sobre os ombros de Hoover aplacar a saudade dos fãs por meio da interpretação de clássicos, como “Strangers in the Night” ou ... “My Away”.

“Esta canção é emocionalmente muito importante para milhões de pessoas, por razões particulares das mais diversas. Por isso, tenho que cantá-la sempre como se fosse a primeira vez. E cada vez que a executo, posso ver, do palco, pessoas segurando a mão de quem está a seu lado ou colocando um braço reconfortante sobre os ombros. Pode ser por lembrar um ente querido que não está mais aqui, ou por outro motivo. Enfim, se não interpretar essa canção com 200% do meu coração e alma, me sentiria como se estivesse enganando essas pessoas – e isso nunca vai acontecer”, garante.

‘Quando tinha 17...’

Curiosidades pontuam a trajetória do britânico, que também é compositor e costuma participar de festivais de jazz. “Certa vez, me encontrei com o grande (trompetista) Conte Candoli (morto em 2001), no Concorde Jazz Festival, no Japão. E ele me disse: ‘Aposto que você nunca teve uma aula de canto, certo, Louis?’ Eu disse: ‘Não. Você está certo’, e ele me retrucou, com um grande sorriso: Graças a Deus, man. Graças a Deus”.

Incentivado a falar sobre música brasileira, ele vai logo em Tom Jobim. Totalmente justificável: “No espetáculo, interpreto algumas composições de Jobim gravadas por Sinatra, que são maravilhosas. Ouvi o disco de Sinatra interpretando o maestro quando tinha 17 anos, e me apaixonei pela música brasileira. Aliás... Ei, ‘Quando tinha 17 anos...’ poderia ser um bom título para uma canção, o que acha?”, brinca ele, que, aos 45 anos, já levou “Salute” à Europa, EUA, Ásia e, claro, ao seu Reino Unido, sempre ao lado da The Hollywood Orquestra. E com casa lotada.

“Salute to Sinatra” – Nesta quarta-feira (12), 21h, Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1534 – Fone: 3236-7400). Ingressos: Plateia I: R$ 220. II: R$ 200. Superior: R$ 180. Duração: 50 min / Intervalo/50 min. Classificação: livre.

 

‘Frank Sinatra acabou com a minha timidez’, diz xará do cantor em MG

Durante a infância e juventude, carregar um nome de um ídolo mundial não foi missão muito fácil para o empresário Frank Sinatra Chaves. Mas isso é passado para este belo-horizontino, radicado em Contagem. Hoje, aos 60 anos, ele garante que o nome abre portas e garante simpatias em qualquer lugar em que passe.

Ele é proprietário da rede de lojas Frank Calçados, presidente das Federação das Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Estado de Minas e da CDL de Contagem e pastor. Pastor? “Mas Frank Sinatra se converteu?”, reproduz, sobre uma das dezenas de piadinhas que sempre ouve nas igrejas. Ele lembra ainda que, no serviço militar, o chefe da seleção lia a lista dos jovens e o olho apontou justamente para o de Frank. Resultado: mais piada e pague umas flexões!

Frank – o mineiro – conta que o nome surgiu depois de uma birra do pai dele apelidado de “Tião”. Ele não quis que os filhos tivessem um nome tão comum. Quando os bebês ainda estavam na barriga da mãe deles, ele já escolheu: “Dick Farney, Romeu, inspirado em ‘Romeu e Julieta’...”

“No meu caso, ele apontava para a minha mãe e dizia: ‘Há um menino na sua barriga e ele vai se chamar Frank Sinatra’”. Dito e feito. Nasceu um garoto e o nome foi devidamente atribuído.

O pai, diz Frank, tinha vários discos do cantor americano e até estimulou o filho a ser músico. “Para fazer valer a vontade dos meus pais, tentei tocar piano, ser artista, mas não consegui. Fui levando essa vida, com muito bullying, gozação”. A partir de 1982, o lado empreendedor falou mais alto e Frank abriu a loja de calçados.

Frank Sinatra diz que quando vai aos Estados Unidos, já no aeroporto, não passa nem dez minutos nas averiguações da polícia de lá. Foi assim que ele passou a pegar carona no carisma de “A Voz”. “Eu era um jovem muito tímido. Mas o Frank Sinatra acabou com a minha timidez”. Hoje, em qualquer país que o empresário entre, diz, as pessoas fazem a reverência ao ídolo.

Mesmo com a situação hoje bem resolvida, os filhos de Frank Sinatra Chaves não herdaram sequer o sobrenome famoso. Apenas o primeiro neto é quem recentemente passou a receber a herança: “Davi Frank Sinatra” – um carinho dos filhos ao avô “quase” famoso.

 

Frank Sinatra Chaves – Pai não queria “nomes comuns” (Foto: CDL de Contagem/Divulgação)

 

'A voz' para a juventude: artistas revisitam o repertório do artista na web

A mineira Paula Fernandes faz dueto póstumo com Sinatra. "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso) foi gravada para uma ação alusiva à Copa do Mundo de 2014. "Frank Sinatra se revirou no caixão...", brincou um fã nos comentários do link a seguir:

 

 

A maturidade da cantora mirim Angelina Jordan emocionou o público norueguês cantando "Fly Me To The Moon". O vídeo da apresentação foi publicado há alguns meses no YouTube e já possui mais de 14 milhões de views no YouTube:

 

 

Cabeludo e pedalando pelas ruas com o projeto "Voicycle", o jovem cantor alemão Julien Mueller é outro artista que faz sucesso nas redes sociais com seus despojados coveres. Um dos mais vistos no perfil dele é da canção "Fly Me To The Moon":

 

 

Até que este rapaz parece com Frank Sinatra. Este cabelo ajeitadinho, parecendo que saiu do exército ontem... Mas ele é Tony Ferrari que mergulha nos repertórios retrôs em seus vídeos. Sinatra está entre os prediletos com cantor de 22 anos:

 

 

"Melissa y Eureka" é um perfil da cantora mexicana Melissa Robles e do seu ukelelê batizado como "Eureka". A jovem de 25 anos também busca o repertório do sr. Sinatra nas interpretações. A seguir, ela canta "Strangers In The Night":

 

 

Encontro raríssimo entre duas gerações com uma canção de Sinatra como "desculpa". Tony Bennett e Lady Gaga interpretam "The Lady is a Tramp", em 2011.

 

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