Chico Amaral reencontra, em show, velhos parceiros

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
26/09/2018 às 16:45.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:39
 (JÚLIA LANARI/DIVULGAÇÃO)

(JÚLIA LANARI/DIVULGAÇÃO)

As canções são muitas. As histórias também. Quando Chico Amaral, Affonsinho e Marina Machado subirem hoje ao palco do Centro Cultural do Minas Tênis Clube, não faltarão “causos” envolvendo a parceria deste trio, muitos deles sobre bastidores que atravessam a própria trajetória da MPB e da música pop em Minas. Um exemplo? Quando, recém-saído do grupo Hanoi Hanoi, Affonsinho fez um disco de inéditas para a Chorus (que acabou não sendo lançado devido à falência da gravadora), uma das músicas – a “mais fraquinha”, lembra – foi dada à Samuel Rosa. Escrita ao lado de Amaral, “Gentil Loucura” fez parte do disco de estréia do Skank, que ajudou a banda a estourar nos anos 90.  “Guardei as outras para mim e dei aquela que considerava menos forte. E não é que foi o maior sucesso? Arrependimento? Não, porque ela não faria sucesso comigo, já que nunca abri concessões ao mercado. Comigo, os arranjos estavam mais para o blues. Com o Skank, virou dance rock, algo que estava na moda na época”, lembra Affonsinho.  "Roubada”Amaral se transformou no principal parceiro da banda mineira. “Levei ferro. Perdi o meu letrista”, diverte-se Affonsinho, um dos primeiros a estimular a verve escritora do amigo e que assinou cerca de 50 músicas com aquele que viria a ser considerado o “quinto Skank”. “Foi bom para ele. Como fiquei envolvido demais com o Skank, ele teve que desenvolver o lado letrista dele. E o que Affonsinho faz é uma das coisas mais lindas”, retruca Amaral.  Os dois se encontraram pela primeira vez quando mal tinham completado 20 anos, num show do guitarrista, no restaurante Alquimia. “O Chico, que era guitarrista na época, veio me perguntar sobre o pedal que eu estava usando. Éramos dois palitos, ele com aquele cabelo ouriçado, e descobrimos o mesmo gosto pelo rock e pelas letras de Caetano (Veloso)”, lembra.  Na parceria, Amaral começou escrevendo a música e Affonsinho, as letras. “Logo descobrimos que o Chico era um bom letrista e, como eu achava que a letra dava trabalho (para fazer), passei a roubada para ele. Quando fui para o Hanoi Hanoi, continuamos compondo por telefone, por carta”, conta.  Uma “roubada” que também passou a ser bem aproveitada por nomes como Ed Motta, Beto Guedes e Marina Machado, outra parceira desta noite. “Quando a conheci, ela estava namorando o Flávio Henrique, meu parceiro também. Juntos, fizemos o ‘Baile das Pulgas’, disco emblemático na carreira dela, que voltaria a gravar outras músicas minhas”, recorda Amaral, para quem tantos anos de convivência estão se refletindo num show muito “alto astral”. Serviço“Chico Amaral Convida seus Parceiros – Affonsinho e Marina Machado”, hoje, às 21h, no Centro Cultural do Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244). Ingressos: R$ 40 

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