Chita, tecido da Índia e com sotaque brasileiro é tema do livro infantil de Ronaldo Fraga

Lady Campos - Hoje em Dia
19/01/2015 às 10:12.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:42
 (Ilustrações de Anna Göebel/Autêntica Editora)

(Ilustrações de Anna Göebel/Autêntica Editora)

“Uma festa de cores – Memórias de um Tecido Brasileiro” (editora Autêntica) é o primeiro de muitos livros infantis que o estilista Ronaldo Fraga vai escrever. Pelo menos, pretende. “Eu adoro escrever e ilustrar livros infantis. Gostaria de ter mais tempo para dedicar ao assunto. Tenho várias histórias. A Autêntica (editora) está interessada em dar continuidade a esse projeto”, sinalizou Fraga, que, pela primeira vez, se debruça em escrever uma história para crianças. Ele já emprestou seu talento ilustrando outros livros infantis: “Pequena Grande Tina”, de Patrícia Auerbach, e “Mary Poppins”, clássico da literatura infantil (com tradução de Joça Reiners Terron, da Cosac Naify).

“A princípio um livro infantil para crianças de 5 a 8 anos, mas está atingindo um público maior, pais e pessoas interessadas na história da chita (tecido feito de algodão com estampas de cores fortes, geralmente florais e trama simples)”.

Contador de histórias (como ficou conhecido pelos corredores do São Paulo Fashion Week – evento de moda), Fraga foi convidado pela escritora e ilustradora alemã Anna Göbel, uma apaixonada pela chita, para contar casos sobre o tecido. “Ela (chita) me dizia muito do jeito alegre desse povo (brasileiro) que me recebeu de braços e coração abertos”, acrescentou Anna.

De posse de papel, tesoura e cola, ela não só começou a brincar como a chita, como marcou encontro com Ronaldo Fraga. Impressionada com a riqueza de informação do estilista, Anna convidou Fraga para “dar palavras aos desenhos”. “A Anna (Göbel) me procurou e me mostrou seus desenhos. A história da chita sempre me fascinou. Pesquisei sobre o assunto, inclusive para minhas coleções (como a do verão 2011, “Turista Aprendiz”, em que forrou a passarela com chita)”, acrescentou.

No enredo de “Uma Festa de Cores – Memórias de um Tecido Brasileiro”, a protagonista também é narradora. Chita conta que sua família é muito, muito antiga e veio de muito longe: nasceu na Índia, na Idade Média. “Acho surpreendente que tem gente que jura que a chita é brasileira como tanta coisa que não é do Brasil e todos acham que é daqui”, observa o autor.

Entre as singelas, divertidas e alegres ilustrações de Anna Göbel, estão curiosidades contadas por Fraga – como a que o tecido original, o morim, de trama irregular e cheia de imperfeições e aberturas. Estampada com flores de pétalas largas, a chita enfeitou e enfeita a roupa de dançar de homens e mulheres e também está presente nas festas populares do Norte e do Nordeste. Ela (chita) também tem parentes: um irmão com estampas largas e flores maiores que as dela, o Chitão, e “minha prima com estampas de flores miúdas, a Chitinha”.
 

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