'Chocante' brinca com o universo das boy bands dos anos 80

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
04/10/2017 às 07:30.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:03
 (IMAGEM/DIVULGAÇÃO)

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Bruno Mazzeo é um músico “frustradaço”. O ator e filho do falecido comediante Chico Anysio “toca mal pra diabo” e é “péssimo até para cantar em karaokê com amigos”, mas sempre dá um jeito de “ficar por perto” do métier em seus trabalhos.

Após viver um cantor sertanejo em “Muita Calma Nessa Hora 2” e um empresário de artistas na novela “Cheias de Charme”, Mazzeo surge como um ex-integrante de boy bands dos anos 80 no filme “Chocante”, que estreia amanhã nos cinemas.

“Gosto muito de revisitar o passado para entender o presente”, explica o ator ao Hoje em Dia, durante sua passagem por Belo Horizonte, na semana passada, para divulgar o filme, que tem ainda no elenco Lúcio Mauro Filho, Bruno Garcia e Marcus Majella.

Mazzeo registra que o longa, dirigido por Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, não teve como ponto de partida as muitas e divertidas referências aos eighties. “Partiu das relações de amizade, do reencontro 20 anos depois”, observa.

O olhar ingênuo sobre aquela época tem a ver, de acordo com Mazzeo, com uma forma de suprir certas frustrações. “Gostaria de ter vivido naquele tempo, mas com a cabeça que tenho hoje. Escrever o roteiro foi uma oportunidade de brincar com isso”.

Diferentemente do humor mais rasgado das comédias brasileiras atuais, Mazzeo salienta que “Chocante” representa o desejo de falar da passagem do tempo, “sobre aquele momento que você olhpara trás e pergunta: ‘O que fiz até agora?’, ‘Quanto falta?’”.

“O Tony (Ramos) conheço desde criança. Chorei pela primeira vez no cinema no ombro dele, vendo ‘ET’. É um grande ator cômico, mas nas novelas esse lado não é mostrado”, afirma Mazzeo, sobre a participação de Ramos como empresário

O comediante garante que não se espelhou em nenhum artista, mas que clipes e reportagens sobre a época ajudaram na composição. “Precisávamos entender o que era essa boy band, até para saber a diferença entre Dominó e Polegar, já que, neste último, os integrantes tocavam”.

Para Mazzeo, os integrantes não eram, com algumas exceções, artistas, sendo reunidos pelas circunstâncias. “Não tinham o ideal de artista. Viveram seu pouco tempo de fama, tiveram dinheiro e mulheres e, depois do choque de realidade, seguiram suas vidas normais”, analisa.

O drama destes jovens é costurado pela comédia. “Eu sempre parti de situações dramáticas. Tinha um conflito e botava a lente do humor, transformando num olhar engraçado”, destaca Mazzeo, que não descarta a possibilidade de uma segunda parte. “A ideia já tenho”, adianta.

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