Churrus lança 'Atlantic Railroad', disco que traça conexões entre Minas Gerais e Inglaterra

Lucas Buzatti
10/02/2019 às 22:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:29
 (Divulgação)

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Talvez você não saiba, mas São João del-Rei guarda conexões singulares com a Inglaterra. Tal descoberta foi feita pelo são-joanense Tulio Panzera, guitarrista e vocalista da banda Churrus, que hoje mistura integrantes conterrâneos, de Bom Despacho e de Belo Horizonte. Engenheiro, Panzera desde 2004 vive entre a cidade natal e Bristol, na Inglaterra, onde foi fazer doutorado e pós-doutorado.

No vaivém da vida, Panzera relacionou semelhanças entre as duas cidades e contratou um historiador para fazer uma pesquisa sobre a relação entre os ingleses e os são-joanenses. O material serviu como base para as canções de “Atlantic Railroad”, o novo disco da Churrus. “A história do disco mostra essa conexão desde o período colonial, quando os ingleses exploravam o ouro de São João del-Rei para pagar Napoleão. Tiravam cerca de 20 toneladas de ouro por ano da cidade”. 

“’Atlantic Railroad’ é essa estrada que não existe, que passa por cima do oceano, ligando os dois continentes. Cada um levando sua cultura”, continua Panzera. “Hoje, vejo que as intervenções históricas da Inglaterra em São João del-Rei foram fundamentais para o desenvolvimento cultural e intelectual da cidade. É uma cidade viva, em que as pessoas são felizes de morar. Mais que isso, por essa minha experiência profissional, também percebo que já recebemos muito dos ingleses, mas também levamos muito conhecimento”, pontua.

Com dez faixas autorais, o álbum – que também sairá em vinil – foi mixado por Jay Pellici, que já trabalhou com nomes como o Death Cab For Cutie, e masterizado por Carl Saff , produtor de bandas como Guided By Voices. Já a produção musical é assinada pelo Bruno Orsini, do selo Fleeting, que chancela o trabalho. “Eu diria que a sonoridade transita um pouco entre o indie rock, o britpop e o lo-fi americano”, afirma Panzera, citando influências que vão de Thin Lizzy a Ramones, de Tom Pety a Talking Heads, de Beach Boys a Wilco.

O artista conta ainda que sua história pessoal dá a liga da trama contada no disco. “O disco começa com a minha namorada rompendo comigo quando fui para Bristol, na primeira e mais pesada música. E termina quando ela consegue recursos para se mudar para lá, onde vivemos hoje e temos dois filhos”, finaliza. 

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