Cine Belas Artes passará a ter seis salas, incluindo 3D e vip

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
09/01/2014 às 06:49.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:14
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Um problema crônico do circuito exibidor de Belo Horizonte está perto de receber um desfecho feliz com a ampliação do cinema Belas Artes, principal reduto de filmes de arte da cidade, que passará a ter seis salas em breve.

Confirmada pelo cineasta Helvécio Ratton, que assume como diretor artístico do complexo localizado na Rua Gonçalves Dias, a duplicação (hoje o espaço conta com três salas) deverá pôr fim a uma grande “fila” de obras independentes.

Ratton ressalta que o problema é tão grave em Belo Horizonte – carente de espaços dedicados a obras independentes após o fechamento de Savassi Cineclube, Usina, Jardim e Nazaré – que muitos filmes chegam a ficar um ano à espera de um espaço na programação.

Estrangulamento

“Três salas é muito pouco. Hoje temos uma demanda grande de filmes de qualidade que demoram meses para chegar aqui por causa do estrangulamento da programação”, assinala o diretor de “A Dança dos Bonecos” e “Menino Maluquinho”, que atualmente passa férias na Bahia.

Sócio do Grupo Espaço, de São Paulo, na nova administração do Belas Artes, anunciada segunda-feira, ele adianta a realização de uma grande reforma no complexo, incluindo a troca de todos os equipamentos e poltronas e inclinação das salas.

A reportagem do Hoje em Dia apurou que o grupo adquirirá o imóvel adjacente para iniciar a ampliação, que Ratton espera ser concluída num espaço de curto a médio prazo. Uma empresa especializada já trabalha no novo projeto arquitetônico.

Busca de parcerias

Uma das seis salas do Belas Artes ganhará projetores para exibição de filmes em 3D. Embora essa tecnologia esteja sendo mais usada em obras comerciais recheadas de efeitos especiais, alguns filmes de arte já são produzidos para esse tipo de sala, como “Pina”, de Wim Wenders, e “A Caverna dos Sonhos Esquecidos”, de Wim Wenders.

Outra novidade, também guardada a sete chaves pelos administradores, é a criação de uma sala Vip, como a que existe hoje no Ponteio. A diferença está no conforto das poltronas e na oferta de serviços, entre eles pratos e bebidas.

Refúgio

“Estamos partindo da ideia que existe um potencial muito maior a ser oferecido. O Belas Artes é muito importante para Belo Horizonte, sendo o refúgio para cinema de qualidade”, destaca o diretor artístico e cineasta Helvécio Ratton, que não é marinheiro de primeira viagem na administração de salas de exibição.

O diretor foi programador do Cine Humberto Mauro, nos anos 80. Ele buscará conciliar a nova função com a realização de longas-metragens. Seu trabalho também envolverá a busca de parcerias nas esferas públicas e privadas. “Em São Paulo, o governo estimula a continuidade das salas de rua dispensando a cobrança de IPTU. Em Belo Horizonte, não há nenhum tipo de incentivo”.


 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por