Cine Humberto Mauro exibe gratuitamente clássicos de terror dos anos 70

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
13/02/2015 às 09:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:01
 (Divulgação)

(Divulgação)

Steven Spielberg não escondia a própria irritação com “Bruce”. O tubarão mecânico que protagonizaria o filme não era verossímil. O jeito foi trabalhar mais com a sugestão, a partir da trilha sonora de John Williams e da câmera subjetiva, no instante dos ataques do peixe devorador.

Improvisação que transformou “Tubarão” no primeiro blockbuster do cinema, levando mais de 250 milhões de espectadores aos cinemas (no Brasil, foram 13 milhões). Lançado em 25 de junho de 1975, os 40 anos do longa estão sendo lembrados na mostra “O Fascínio do Medo: Terror Anos 70”.

Em cartaz, não por acaso, a partir desta sexta-feira (13) no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes, a mostra reunirá outros clássicos do gênero dirigidos por mestres como Alfred Hitchcock (“Frenesi”) e George Romero (“O Despertar dos Mortos”).

Primeiro blockbuster completa 40 anos

Se alguém hoje gritasse “tubarão!” numa das praias da ilha de Martha’s Vineyard, provavelmente nenhum banhista iria se importar com o alerta. Afinal, a palavra que mais se fala no lugar é justamente tubarão.

Foi num resort dessa ilha da costa de Massachusetts que um diretor pouco conhecido na época filmou o longo que, além de catapultar a carreira dele, transformou-se em sinônimo de magia no cinema.

Para a tela grande, Steven Spielberg só tinha feito, até o verão de 1974, um eficiente thriller de baixíssimo orçamento (“Encurralado”) e uma história de perseguição protagonizada por Goldie Hawn (“Louca Escapada”).

Com “Tubarão” sendo o primeiro a ultrapassar a casa dos US$ 100 milhões nas bilheterias americanas, a turbulência vivida em Martha’s Vineyard acabou entrando no rol das curiosidades sobre os bastidores.

Com quatro meses de filmagens além do previsto, um orçamento que passou muito do valor inicial e a fúria dos produtores, que ameaçaram cancelar a produção, Spielberg viu um projeto condenado virar sucesso.

No Oscar, também ganhou a atenção dos acadêmicos, que o listaram em 14 categorias, incluindo melhor filme, direção e roteiro. Levou para casa três estatuetas – som, edição e trilha sonora.

Baseado no livro de Peter Benchley, que, por sua vez, inspirou-se num caso real ocorrido em 1916, o filme acompanha duas lutas do chefe de polícia Brody, interpretado por Roy Scheider.

A primeira: convencer o prefeito a evacuar a ilha de Amity no auge das férias de verão, quando as praias estão lotadas de turistas e a cidade ganha receita, após um tubarão estraçalhar uma banhista.

A segunda é com o “bicho” propriamente dito, auxiliado por um caçador de tubarões (Robert Shaw) e por um oceanógrafo (Richard Dreyfuss).

Apesar do medo que provoca, o tubarão não é o grande inimigo do filme, mas sim a arrogância do ser humano, retrato de uma época em que os americanos perderam a ingenuidade com os escândalos políticos e a Guerra do Vietnã. E a vitória é daquele que tem consciência das próprias limitações, como o medroso Brody.

Mostra “O Fascínio do Medo: Terror Anos 70” – Desta sexta-feira (13) a 5 de março, no Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1.570). Entrada franca


 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por