Cinema: agosto e setembro estão recheados de eventos que tratam de questões sociais

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
23/08/2020 às 08:27.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:21
 (Divulgação)

(Divulgação)

Você que é amante de filmes com certeza já se deparou com entrevistas e discursos de diretores ou atores em grandes premiações – incluindo o Oscar – de várias partes do mundo, ressaltando que o cinema é político ou o papel social que a sétima arte carrega. Pois bem, essa máxima é o fio-condutor de muitas mostras ou eventos, todos eles on-line, que estão acontecendo ou estão por vir. O Hoje em Dia preparou então uma seleção que merece a devida atenção dos cinéfilos de plantão. Confira abaixo.

Quilombos

A 1ª Mostra de Cinema dos Quilombos começou nesse sábado (22) e vai até o dia 5 de setembro, com uma programação gratuita, pelo site cinecipo.com.br. Trata-se do resultado parcial de uma pesquisa e um levantamento iniciado em junho deste ano, em parceria com as pesquisadoras Alessandra Brito e Maya Quilolo sobre o cinema feito nos quilombos do país.

“A mostra faz parte do projeto Cinema dos Quilombos, que tem como objetivo fomentar por vários meios a produção audiovisual dos quilombos. São realizadas oficinas de produção. E começamos em julho um chamado para receber filmes de realizadores quilombolas e não quilombolas aliados na causa antirracista. Essa primeira mostra já é um primeiro resultado do chamado”, destaca Cardes Amâncio, coordenador do evento e do CineCipó (Festival do Filme Insurgente).

A iniciativa visa ampliar a visibilidade da pauta quilombola e dos processos de resistência dessas comunidades. “Indígenas, quilombolas e outros segmentos da nossa sociedade estão sob intenso ataque da máquina agro-empresarial-estatal. Toda mobilização social em prol da liberdade e da vida é fundamental, e o cinema se inclui. Os quilombos foram a principal forma de resistência à escravidão, seguem resistindo até hoje, e temos muito o que aprender com a resiliência, a força e a alegria ancestral que emana dessas pessoas e seus territórios”, diz.Divulgação

Mostra de Cinema dos Quilombos começou nesse sábado

Debates

O CineCipó (Festival do Filme Insurgente) e o Espaço Comum Luiz Estrela vêm realizando, desde o dia 6 de agosto, discussões com 26 autores do livro “Cinema: Políticas da Imagem”. Os debates vão até o dia 27 deste mês e são realizados todas as quintas, às 19h, pelos dois perfis oficiais no Facebook. 

“As lives agregam a possibilidade dos autores de outros Estados poderem participar, e isso foi um ponto muito positivo e algo a ser incorporado com mais frequência nas atividades culturais pós-pandemia. O cinema é um importante aliado dos ideais progressistas, e todo o esforço dos organizadores e autores em lançar o livro pode ser visto como uma pequena contribuição à democracia que se junta a milhares de outras iniciativas contra o retrocesso social e político”, comenta Amâncio.Divulgação

Diversidade

Até o dia 30 acontece a 31ª edição do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, Curta Kinoforum, pelo site 2020.kinoforum.org. O evento conta com 170 produções, de 39 países.

“Quando, no mês de março, a gente já imaginou que não conseguiria fazer o festival presencial devido à pandemia, decidimos abrir as nossas telas para os curtas que tinham se inscrito. Se por um lado, não encontramos as pessoas nas salas, por outro lado, o festival está no Brasil inteiro e isso é muito legal”, destaca aa criadora e diretora do festival, Zita Carvalhosa.

Ela ressaltou ainda que a diversidade é um dos motes do evento, tanto que haverá curtas realizados por indígenas, negros e trans. “Eu acho que essa é uma pauta fundamental, a gente trabalhar contra essa desigualdade inacreditável que atravessa o Brasil e sobre o respeito à diversidade, que também está um pouco ameaçado”, afirma.Divulgação

O Curta Kinoforum conta com produções de 39 países

História do cinema

Pela primeira vez, o CineOP, de Ouro Preto, terá uma versão on-line, justamente em seu 15° ano, o que não diminuirá seu valor cultural e social, como atesta a coordenadora geral Raquel Hallak.

“A gente trabalha toda a parte de responsabilidade social, gratuidade, valores educacionais, abrangência... Atendemos a todas as idades, faixas etárias, valorizando o que é produzido no Brasil. Não será um catálogo de filmes on-line. Será um festival, com filmes, debates, oficinas, master class internacionais, lives de show...”, destaca ela.

A mostra acontece entre 3 e 7 de setembro, no site www.cineop.com.br, dividida entre as temáticas histórica, preservação e educação. Haverá, segundo Raquel, um diálogo “entre os 70 anos da TV brasileira com o cinema, o quanto um influenciou o outro”, enfatizando ainda que “tudo virou audiovisual, incluindo o teatro, a música, tudo está presente e difundido através das telas”.DIvulgação

'Meu Nome é Daniel' é uma das atrações do CineOP

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por