"Cinema experimental" arregimenta cada vez mais admiradores em BH

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
17/06/2013 às 08:03.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:11

Uma verdade: o cinema experimental salta janelas ao invés de passar por entre portas – mostra novas possibilidades, desafia conceitos estabelecidos e coloca à prova processos e materiais. E em cada forma inusitada que conta uma história, arrebata um novo espectador.

Em Belo Horizonte, embora ainda tímido, o público desse segmento vem se estabelecendo a cada sessão. Não por menos, salas de cinema especializadas vêm sendo criadas – como o CentoeQuatro (Praça Raul Soares, 104).

A boa nova é que o gênero também vem atraindo artistas (ou futuros) interessados em produzi-lo. O Espaço Experimental de Arte (EXA) enxergou esse filão e não perdeu tempo: ofereceu, há poucas semanas, o curso "Vídeo Experimental", com o videoartista finlandês Raimo Benedetti.

Da experiência, na qual os participantes trocaram referências pessoais, foi produzido o vídeo coletivo "Opus 64".
 
"Vivemos um momento no qual a poética se sobrepõe à técnica e, nesse sentido, o cinema experimental passa a fornecer inspiração para novas possibilidades expressivas", diz Benedetti.

Um novo olhar

O interesse por esse tipo de produção, segundo o videoartista, dá-se a partir da popularização dos equipamentos digitais – que fez ruir a antiga relação preço e qualidade. "Com acesso a câmeras de alta definição, qualquer um de nós pode mudar os paradigmas da expressividade", afirma.

Para Eduardo de Jesus, professor da PUC Minas, o cinema experimental conta ainda com outra herança importante: a rearticulação. "Ele não apenas amplia os limites da produção audiovisual como dispõe de novas abordagens e modos de construção das imagens".

Morando em Recife há dois anos, o cineasta francês Yann Beauvais enxerga no Brasil um dos grandes incentivadores do gênero – seja na sua divulgação, seja em mostras de filmes experimentais que percorrem o país.

"Seu encanto do experimental está na sua margem de imaginar um olhar que não responde aos formatos e modelos da indústria do cinema. Ele faz, pensa, age, afirma, mostra e pesquisa conteúdos que foram negados pelo cinema tradicional", conclui.

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