CineOP começa nesta quinta com 'redescoberta' do cineasta mineiro Sylvio Lanna

Paulo Henrique Silva
06/06/2019 às 10:50.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:59
 (LEO LARA/UNIVERSO PRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO)

(LEO LARA/UNIVERSO PRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO)

Sylvio Lanna foi resgatado pela nova geração. Longe de um set de cinema desde 1987, o diretor mineiro comemora este momento de redescoberta na 14ª Mostra de Cinema de Ouro Preto – CineOP, com início nesta quinta (6) na cidade histórica mineira.

Com dois filmes presentes na programação – o média-metragem “Malandro, Termo Civilizado ou Malandrando” e o curta “? In Memorian – O Roteiro do Gravador” –, Lanna agradece àqueles que o “colocaram na praça novamente”, aos 75 anos.

“Está sendo uma surpresa agradável. Encontrei uma moçada de 30, 40 anos que conhece mais o meu cinema do que eu poderia imaginar”, registra Lanna, que virou tema de um curta documental, “Travelling Adiante”, lançado neste ano.

Um dos expoentes do chamado Cinema de Invenção, na década de 70, o realizador nascido em Ponte Nova assinou o radical “Sagrada Família”, sobre quatro membros de uma família burguesa que vão se desfazendo de seus bens materiais e de sua história.

“Felizmente, as novas gerações veem meus filmes como muito atuais. O mais importante é que eu reencontrei um ofício que havia abandonado por quase três décadas. Estou cheio de gás e recebendo este gás das novas gerações”, assinala Lanna.

A CineOP receberá a primeira exibição de “Malandro” após ficar anos dentro da lata desde 1987. “Estava pronto na época e como tinha 24 minutos, acima do limite de 17 que os exibidores permitiam, acabei não recebendo a certidão de produto brasileiro”.

Lanna não viu outra saída a não ser abandonar o cinema por um tempo. Abriu um botequim e se enveredou no projeto de uma bucha vegetal brasileira. Redescoberto, além de “? In Memorian”, dirigiu “Um Cinema Caligráfico”, em que reflete sobre a própria obra. 

A exibição dos filmes de Lanna será um dos pontos altos desta edição do festival mineiro, que, sem o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), só conseguiu completar recursos (cerca de R$ 1 milhão) há duas semanas. 

Homenagem

Na cerimônia de abertura, a partir das 20h30, acontecerá a homenagem ao cineasta baiano Edgard Navarro, de “SuperOutro” e “Abaixo a Gravidade”. O tema geral da mostra deste ano é “Territórios regionais, inquietações históricas”.

Até segunda-feira, serão exibidos 103 filmes na Praça Tiradentes e no Cine Vila Rica. A programação destacará núcleos de produção regionais que conseguiram romper barreiras e fronteiras do eixo Rio-São Paulo, como a Casa de Cinema de Porto Alegre.

Destaque também para a presença de projetos audiovisuais educativos que abordam os movimentos femininos em ambiente privado (doméstico ou familiar) e nas intervenções em espaços públicos (escolas, cidades, aldeias indígenas, quilombos, etc). 

Mais informações em cineop.com.br.N/A / N/A

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