Circuito urbano de arte começa na quinta com o objetivo de revitalizar o primeiro bairro da cidade

Paulo Henrique Silva
03/09/2019 às 08:19.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:23
 (Fotos Cura / Divulgação)

(Fotos Cura / Divulgação)

Para Juliana Flores, é uma forma de “devolução”. É assim que uma das idealizadoras do CURA – Circuito Urbano de Arte, enxerga a mudança de endereço, que deixa provisoriamente a Rua Sapucaí, no bairro Floresta, para, pela primeira vez, levar suas intervenções a outras regiões de Belo Horizonte. No caso, a Lagoinha.

“É uma devolução porque este bairro já nos deu tanto em Cultura e História. Com a iniciativa, só queremos que ele volte a ser esse lugar maravilhoso. Queremos convidar as pessoas a irem lá novamente para comer, beber e andar a pé”, registra Juliana, ao falar da edição especial no primeiro bairro da capital.

As intervenções urbanas começam nesta quinta-feira, num formato bem diferente do realizado no Floresta, após criação de dez murais gigantes nas empenas cegas de edifícios da região central e que podem ser vistos de um mirante instalado na Rua Sapucaí. Agora serão muros, fachadas e bares que ganharão novas cores a partir do olhar de artistas estrangeiros e locais.

“É uma edição voltada para o território. Apesar de o mirante estar localizado na rua Diamantina, queremos chamar a atenção das pessoas para o que está acontecendo em todo bairro”, assinala a idealizadora. Desta forma, o CURA assumirá o papel de impulsionador de uma revitalização cultural, assim como fez com a Sapucaí há dois anos. 

Juliana lamenta que o Lagoinha seja visto como lugar inseguro quando, de acordo com dados oficiais, o índice de criminalidade na região é baixo. “Ao ocuparmos as ruas do bairro, a sensação de segurança vai aumentar. Apesar das obras viárias que acabaram isolando o bairro, as pessoas precisam saber que há coisas incríveis que fazem dele um lugar vivo e pulsante”.

Na Sapucaí, Juliana destaca que a rua virou um destino turístico de BH, indicado em páginas de redes sociais até guias oficiais da cidade. “Quando perguntam no Facebook ou no Instagram o que fazer de legal em Belo Horizonte, muita gente marca o CURA e o mirante. Aumentamos o fluxo de gente no local, não só para comer nos estabelecimentos, mas também para ocupar a rua. Ela é de todos e não precisamos pagar para curtir um dia com os amigos”, pondera.

Convidado argentino

Até o dia 15, um time de 11 artistas e coletivos darão vida a lugares simbólicos do Lagoinha, como a unidade do Senai, prédio histórico, em vias de ser tombado e que vai ter a fachada pintada pelo argentino Elian Chali, famoso muralista abstrato. Outro destaque é a icônica Raquel Bolinho, que neste ano está completando dez anos de atividades.

Zé d Nilson, pintor da Pedreira Prado Lopes, pedreiro de profissão, assina a empena cega do edifício Novo Rio. Curiosidade desta edição do CURA é que dois bares foram incluídos entre as edificações que sofrerão intervenções: o Restaurante do Luiz Atleticano e o Armazém 08. A intenção é chamar a atenção para as muitas possibilidades gastronômicas do local.
A mudança de endereço não é definitiva, como frisa Juliana. Apesar de adiantar o desejo de explorar novos territórios da capital, ela já garante mais uma edição do CURA na Rua Sapucaí, de 5 a 17 de novembro.
“Nosso desejo é pintar os 30 prédios que mapeamos na região central. A edição no Lagoinha é especial e única. Mas é uma experiência que nos anima a explorar outros mirantes em BH”.

SERVIÇO

Circuito Urbano de Arte –  edição Lagoinha.

De quinta a 15 de setembro.

No Mirante da Rua Diamantina, s/nº  (próximo ao 720). 

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