Com início nesta sexta, festival destaca música feita para obras audiovisuais

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
05/11/2020 às 23:27.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:58
Falecido em julho de 2020, aos 91 anos, Morricone é conhecido por suas composições em diversos filmes icônicos (JELMER DE HAAS/MUSIMAGEM/DIVULGAÇÃO)

Falecido em julho de 2020, aos 91 anos, Morricone é conhecido por suas composições em diversos filmes icônicos (JELMER DE HAAS/MUSIMAGEM/DIVULGAÇÃO)

Compositor das trilhas sonoras dos filmes do diretor espanhol Pedro Almodovar, Alberto Iglesias dificilmente participaria do Festival Musimagem se não fosse pelo on-line. “Ele tem uma agenda muito apertada, pois é quem faz as próprias orquestrações de suas músicas”, registra Marcos Souza, um dos idealizadores do festival.

Com início hoje, no canal do Musimagem Brasil no YouTube, o festival dedicado à divulgação e ao debate da música no audiovisual era realizado no Centro Cultural Banco do Brasil em Belo Horizonte. Apesar da perda de interação entre compositores do Brasil e do exterior, Souza comemora a possibilidade de incrementar o conteúdo.

“Além da participação do Alberto Iglesias, que falará do seu trabalho com Almodovar, pudemos incluir mais convidados de fora, que, por questão de custos, era limitado a uma pessoa”, registra Souza. Entre eles, estão Luis Ivars, à frente do Musimagem da Espanha, e Gorka Oteiza, jornalista espanhol especializado em trilhas.

“Oteiza veio à edição de 2019 e adorou o festival, dizendo ser o único neste formato nas Américas”, registra. O editor do site Sound Track Fest abordará justamente as particularidades dos festivais sobre música para audiovisual espalhados no mundo. Outra curiosidade é a presença de Andrew Ludwin, que tocou baixo na trilha sonora de vários blockbusters.

O festival fará uma homenagem ao italiano Ennio Morricone, falecido em julho. Autor de trilhas celebradas como as de “Era uma Vez no Oeste”, “A Missão” e “Os Intocáveis”, o mestre será tema de uma mesa no domingo, às 15h.

A produção atual de trilhas –e como foi afetada pela pandemia – também não deixará de ser abordada. “Durante as gravações com os músicos, existe todo um protocolo, com teste e máscara. Quando se tem um instrumento de sopro, fica um pouco mais complicado. Mas, de resto, tudo tem sido feito on-line”, detalha.

Ele acabou de produzir a trilha do filme sobre a cantora Alcione, para a Globo News, sem se encontrar uma vez sequer com a diretora. “Apesar de ter havido uma queda de produção devido à pandemia, já vínhamos de um crescimento de produtos audiovisuais”, saliente Souza, citando videogame e conteúdo para TV.

O coordenador destaca que há ainda muita confusão sobre o que é e qual o papel da música no audiovisual. “Ela é um dos pilares da criação, com o músico recebendo direitos autorais assim como o diretor e o roteirista, mas existem festivais que não reconhecem e não os premiam”, lamenta. 

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