(Ilana Lansky/Divulgação)
Foi da inquietação e do desejo de criar um trabalho próprio que os bailarinos Rodrigo Quik e Letícia Carneiro fundaram, em 2000, a Companhia Quik de Dança. “Fomos do Grupo Corpo, ficamos lá por 12 anos e quando saímos veio esse desejo de empreender na área cultural”, conta o bailarino. Agora, 18 anos depois do início, a trupe comemora as quase duas décadas de atividade com uma mostra de vídeo-dança, que acontece hoje no Sesc Palladium, com ingressos gratuitos.
Quik conta que o desejo de mergulhar no registro audiovisual justifica-se não apenas pela celebração de aniversário da companhia, mas também como uma forma de fomentar a produção e exibição de trabalhos de vídeo-dança.
“É uma área que eu gosto de trabalhar por tratar dessa relação com a tecnologia”, afirma ele. Funcionando como uma espécie de retrospectiva, a mostra exibe nove vídeos, o primeiro sendo “Visitas e Memórias em Um Corpo Contemporâneo”, trabalho de estreia do bailarino neste campo feito em parceria com o diretor Alexandre Pires. “Por ser o primeiro, ele me marcou bastante”, conta Quik, que convida para a mostra os artistas que trabalharam com ele para apresentarem os vídeos. “Achei bacana abrir espaço para o diálogo com esses artistas”, diz ele.
Além da mostra, a companhia ainda programa para o mês de novembro a estreia de “PrimaVeras”, espetáculo solo da bailarina Letícia Carneiro. “É um trabalho mais autobiográfico. Um processo profundo refletindo também esse momento do país que estamos vivendo”, explica a bailarina, que leva a apresentação para um novo espaço, feito em parceria com a Cia Quik – o Estúdio Feito em Casa.
Atuação Social
Para além da produção artística, a companhia coordena também um projeto sociocultural no bairro Jardim Canadá, onde é localizada sua sede. “Quando fundamos a companhia vimos que a região era, na época, uma área muito carente. Então mapeamos as necessidades, a Letícia tinha interesse nessa área de educação. Assim, fundamos o projeto oferecendo aulas gratuitas de dança, música, artes plásticas”, conta o Rodrigo.
A proposta que começou no bairro de Nova Lima se expandiu para a vizinhança. “Ampliamos para o bairro Água Limpa, por exemplo. É um trabalho muito importante para as comunidades e ele acontece nessa crença da transformação pela arte. É uma coisa que move a companhia”, diz.
A principal intenção do bailarino é manter a atuação do grupo nos próximos anos. “Queremos continuar com essa busca pelo novo, essa inquietação. Esperamos continuar fazendo espetáculos e o projeto social. Fazer o que gostamos, que é trabalhar com a arte”, garante ele.
A Mostra de vídeo-dança da Quik Cia de Dança, começa hoje, às 19h, no Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420 – Centro). Entrada gratuita, com retirada de ingressos 30 minutos antes do início