Coronavírus impactará mercado exibidor no mundo, com demissões e falências

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
17/03/2020 às 08:34.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:58
 (Warner/Divulgação)

(Warner/Divulgação)

A indústria do cinema mundial não poderia imaginar, nem em seus piores filmes de terror, que chegaria a um quadro tão apocalíptico, com demissão em massa e falência de grandes grupos exibidores devido ao fechamento compulsório das salas, em função do coronavírus. 

Em Belo Horizonte, o último dia de funcionamento dos cinemas deverá ocorrer nesta quarta-feira, segundo apurou a reportagem do Hoje em Dia. O único grupo atuante na capital que já garantiu a suspensão das atividades é o que administra as três salas do Belas Artes.

De acordo com o analista Paulo Sérgio Almeida, do site Filme B, atualmente 600 salas estão fechadas, das cerca de 3.500 existentes no país. Entre as que continuaram, no último fim de semana houve uma queda de frequência de 40% em todo o país, com relação ao período anterior.

“É uma crise inédita na história do cinema mundial. Motivada, primeiramente, pelo coronavírus, e, em segundo lugar, pelo adiamento dos blockbusters”, registra. Entre os filmes programados para estrear estavam “Lugar Silencioso – Parte 2”, “Mulher Maravilha 1984” e “007 – Sem Tempo para Morrer”.

Esses títulos não têm previsão para entrar em cartaz. Ainda que, numa possibilidade de o Brasil conseguir vencer rapidamente a disseminação do vírus, o exibidor terá que esperar, já que os lançamentos são interligados em escala mundial, para evitar a pirataria. 

Demissões

“Esta crise não terminará antes de julho e, por isso, até os lançamentos de férias não estão com datas confirmadas”, assinala Almeida. Ele afirma que as empresas já trabalham maneiras de minimizar os prejuízos. “Já conversam sobre férias coletivas, demissões e suspensão do contrato de trabalho”, revela.

As duas maiores empresas dos Estados Unidos, AMC e CineWorld, estão à beira da falência, de acordo com Almeida. “No Brasil, ainda não se fala em falência por enquanto”, avisa. Muitas redes já estão renegociando contratos de aluguel com os shoppings onde estão instaladas.

Almeida assinala que, sem saber o comportamento do vírus nos próximos meses, o cenário exibidor virou uma grande incógnita. “Tudo é imprevisível. Não há o mínimo de segurança para dizer nada. Está tudo no ar, com a possibilidade de, como nos filmes, vermos ruas completamente desertas”.

Sala localizada no centro de BH, o Cine 104 suspendeu a abertura da programação em 2020, que ocorreria hoje. O cinema faria cineconcerto de “O Gabinete do Dr. Caligari”, celebrando os 100 anos do filme. Com salas de cinema fechadas, a rede Cinemark oferece plano de demissão voluntária no Rio. Kinoplex dá férias coletivas. 

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