‘Cria’ de Breaking Bad estreia nesta segunda-feira no Netflix

Hoje em Dia
08/02/2015 às 10:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:57
 (Divulgação)

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LOS ANGELES, EUA – O diretor e roteirista Vince Gilligan nunca esquecerá o dia em que divulgou a série “Breaking Bad” pela primeira vez. A ideia de contar a história de um professor de química (Bryan Cranston) que decide cozinhar metanfetamina para pagar o tratamento de câncer não chamou a atenção dos críticos de TV.   “Ninguém estava interessado na gente”, recorda-se Gilligan sobre os dias que antecederam a estreia da atração, em janeiro de 2008. “Mal cheguei a dar entrevistas, só estava feliz de terem me deixado filmar um piloto, porque não tinha muita esperança de que a série durasse.”   Sete anos depois, o diretor está em um hotel de luxo em Beverly Hills, Los Angeles. Dezenas de jornalistas se espremem em uma sala esperando por quatro horas para poder conversar com ele sobre “Better Call Saul”, série derivada de “Breaking Bad” (o que os americanos chamam de spin-off), que estreia amanhã, na Netflix.   “É um nível diferente de atenção”, admite Gilligan, de 47 anos. “Mas não deixa de ser assustador, porque não quero estragar tudo que construímos com ‘Breaking Bad’”.   O americano de Richmond, na Virgínia, sabe que derivações de uma série de sucesso não significam audiência. Ele cuidou de “Os Pistoleiros Solitários”, produção derivada de “Arquivo X”. A brincadeira só durou uma temporada.   Em “Better Call Saul” ele traz à frente o advogado criminal – e criminoso – Saul Goodman (Bob Odenkirk), um dos personagens mais queridos de “Breaking Bad”.   “Não posso reclamar de ter uma base de fãs, mas o lado ruim é que as pessoas podem se desinteressar rapidamente caso não seja a série que esperavam”, diz. “Em ‘Breaking Bad’, na maior parte do tempo, me sentia pendurado em um penhasco preso apenas pelas unhas. Estou acostumado com a pressão.”     MC GILL   Ele surpreende o espectador ao abrir a série em algum período misterioso pós-fim de “Breaking Bad” para depois centralizar a ação em 2002, seis anos antes de Walter White (Cranston) e Jesse (Aaron Paul) encontrarem Saul – ainda usando o nome real de Jimmy McGill e trabalhando como defensor público.   “Na série anterior, Saul já era um advogado com as mãos sujas e conhecia todos os criminosos de Albuquerque (EUA)”, diz Peter Gould, cocriador do personagem. “Mas o que aconteceu para virar isso? Certamente algo sério.”   “Tinha vergonha de torcer por Walter White, mas não por Saul. Walt era tomado por raiva e câncer. Jimmy é diferente, está mais próximo de ser um herói. Não é um sociopata”, completa Gilligan, que dosará as aparições de faces conhecidas – o único recorrente, além de Saul, é o detetive Mike (Jonathan Banks).   “Não teremos Walt e Jesse na primeira temporada. Não queríamos enganar o espectador. Mas existe uma gama de personagens conhecidos que vai aparecer”, esclarece.   A segunda temporada, prevista para 2016, já está garantida pela Netflix. Mas nem isso deixa Gilligan calmo. “Todos meus sonhos viraram realidade nos últimos quatro anos e isso poderia me colocar em um salto alto, mas ainda não aprendi nada com o sucesso de ‘Breaking Bad’. O fracasso traz as melhores lições.”   “Better Call Saul”: Estreia da série nesta segunda (9), no Netflix.

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