Criador do Sepultura, Iggor Cavalera ensina sua técnica na bateria nas redes sociais

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
25/01/2021 às 18:59.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:00
 (DIVULGAÇÃO)

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Não faltam adjetivos para Iggor Cavalera após um simples clique no buscador da internet: “legenda da bateria”, “visionário”, “o homem que mudou os paradigmas do metal nos anos 90” e “dono de levadas históricas”. Considerado um dos cinco maiores bateristas de metal do mundo, o instrumentista mineiro resolveu abrir a “caixa preta”.

Os segredos por trás de sua técnica – definida como uma mistura de alma e raiva – agora estarão reunidos no canal “Beneath of Drums”, lançado há poucos dias. “Neste período sem shows, por causa da pandemia, tenho tido mais tempo para poder me dedicar ao canal, além de curtir a família e fazer conteúdo em estúdio”, observa o baterista.

Cavalera pavimentou sua estrada de sucesso na “cozinha” do Sepultura, banda de trash metal que ele criou em 1984, em Belo Horizonte, ao lado do irmão Max. Ficou no grupo até 2006, deixando “riffs” que marcaram a história do estilo. Um destes clássicos abre a série de vídeos: “Territory”, do álbum “Chaos A.D.”, lançado em 1993.

A forma inesquecível como a bateria entra em cena em “Territory” surgiu do improviso. Ele conta  que estava “fazendo um loop para tentar fazer esta virada maluca de bateria”, juntamente com Tim Alexander, do grupo Primus, quando Max entrou no estúdio e gostou do resultado. No disco, ele fez escola ao  fazer uso constante do pedal duplo e acrescentar sons tribais.

“Eu posso chamar isto de riff de bateria. Diferente da bateria típica que segue as guitarras, as guitarras seguem a minha linha de bateria”, destaca. Ele acredita que o improviso, e até o erro, é um fator muito importante para a composição. Na minha caminhada, esses fatores são super importantes e necessários”, afirma Cavalera, que atualmente reside em Londres.

O baterista de 50 anos não quer simplesmente revisitar os melhores momentos de sua carreira. “São os (momentos) que eu acho mais interessantes para contar a história por trás do beat (batida)”, explica. O primeiro vídeo foi todo feito em preto e branco e Cavalera explica como chegou ao tom almejado em inglês – os fãs brasileiros já pediram legendas em português para os próximos.

O músico mineiro começou a gravar, na semana passada, o novo trabalho do Petbrick, banda experimental criada há dois anos, ao lado de Wayne Adams. Também já tem “planos de fazer algo com o Cavalera Conspiracy até o final do ano”. O grupo já tem três discos gravados e marcou o reatamento com Max, com quem não se falava há dez anos, desde quando o irmão e guitarrista saiu do Sepultura, em 2006.

O último álbum do Cavalera Conspiracy é “Psychosis”, de 2017. Posteriormente, Iggor e Max fizeram turnês mundiais celebrando clássicos discos do passado, com shows lotados pelo Brasil. Sem poder subir ao palco por enquanto, o baterista olha com preocupação o que acontece na política. “Estamos num momento muito complicado”, lamenta.

Ele também acompanha o que acontece na terrinha (“Sempre tento dar um pulo em BH”, sublinha). Após a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, por adeptos da extrema direita que não queriam a saída de Donald Trump do poder, enxerga um m instante da história em que é “possível  esse tipo de atitude acontecer em qualquer lugar do mundo”.

Veja o primeiro episódio:

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