CURA - Circuito de Arte Urbana promove festa gratuita neste domingo, na rua Sapucaí

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
18/11/2018 às 10:57.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:53
 (Área de Serviço)

(Área de Serviço)

Com uma festa gratuita na rua, o Circuito Urbano de Arte — CURA comemora neste domingo (18) o encerramento da terceira etapa de um projeto artístico que vem transformando a cara do centro de Belo Horizonte à base de muita tinta. Até às 22h, cinco artistas se apresentam em 12h de festa na rua Sapucaí, de onde é possível admirar o primeiro mirante de arte urbana do mundo, abastecido por dezenas de murais pintados em empenas de edifícios que ultrapassam 50 metros de altura.

Entre as atrações musicais, presença do coletivo SaltoSoundSystem Crew, além do flow das MCs Emily Roots, Mística, FBC e DJ Gabii Nas (Batekoo BH). Paralelamente aos shows, acontecem oficinas gratuitas de dança com Scheylla Bacellar e mesas de discussões com as temáticas “Canções de protesto: música e política”, mediadas por Roger Deff e Bia Nogueira; e “O show como experiência estética”, com Masterplano, 1mpar e Sara Não Tem Nome.

Em sua terceira etapa, o CURA apresenta obras de 21 artistas, sendo 13 homens e oito mulheres, que passeiam por diversas técnicas de pinturas, da caligrafia ao stencil. Desta vez, foram pintadas empenas (imensas fachadas cinzas sem janelas) de prédios do Amazonas Palace Hotel, do edifício Chiquito Lopes, na rua São Paulo, além das duas torres do edifício Satélite, na rua da Bahia. Entre elas, uma obra da artista plástica argentina Milu Correch, responsável por assinar o maior mural de arte urbana da América Latina.

Outro recorde do projeto neste ano é do artista mineiro Comum, encarregado de encher de tinta uma empena de 65 metros de altura, na maior arte pública realizada com a técnica de stencil em Minas Gerais.

Ano passado, sete artistas, entre os mineiros Thiago Mazza e Priscila Amoni, além de convidados de outros estados, como a dupla Acidum Project (Fortaleza) e a espanhola Marina Capdevilla, assinaram murais que integram o mirante artístico da rua Sapucaí. Entre as obras, um retrato do Carnaval belo-horizontino inspirado no movimento da Praia da Estação, de Capdevilla, e uma reverência à coragem das mulheres negras na pintura de Amoni.

História e inspiração

O projeto CURA é inspirado no pioneirismo do artista Hugues Desmaziéres, francês radicado em Belo Horizonte e responsável por pintar ao menos sete empenas no centro da capital, entre 1985 e 1995 — hoje, todas foram apagadas.

Uma das grandes telas, a pintura de Tiradentes em um fundo azul, registrada na empena do prédio número 39 da rua Rio de Janeiro, na esquina com a avenida do Contorno, marcou o imaginário da capital por longos anos.

Desmaziéres foi um dos primeiros artistas plásticos a explorar as empenas, fachadas sem janelas comumente usadas para permitir a construção de prédios lado a lado, sem espaço entre eles. Com a proibição da prática de engenharia na década de 1980, as empenas cinzas de prédios começaram a virar tela para artistas do mundo inteiro, como no trabalho hoje mundialmente conhecido de artistas como Gemeos e Kobra.

Serviço

Projeto CURA - Circuito Urbano de Arte oferece atividades gratuitas entre 10h e 22h, na rua Sapucaí (atrás da estação Central do Metrô, altura do número 511). Haverá shows com cinco artistas (SaltoSoundSystem Crew, as MCs Emiy Roots, Mística e FBC; além de DJ Gabii Nas (Batekoo BH).

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