Danilo Caymmi revisita Tom Jobim em Álbum

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
27/01/2017 às 17:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:36

O cantor, compositor e instrumentista carioca Danilo Caymmi está em casa. Na última quarta-feira, dia em que o maestro Antônio Carlos Jobim (1927-1994) completaria 90 anos, ele lançou o álbum “Danilo Caymmi canta Tom Jobim” (Universal Music), onde dá voz a 11 composições do artista com o qual trabalhou durante 10 anos.

Essa não é a primeira vez que o caçula da família Caymmi integra um projeto envolvendo as músicas de Jobim. Há 53 anos, ele participou do disco “Caymmi Visita Tom”, capitaneado por seu pai, Dorival (1914-2008). “Gravar esse trabalho ainda adolescente foi muito marcante. Momento em que conheci as canções de Tom”, lembra.

Danilo confessa que a vontade de cantar a obra do amigo e parceiro de trabalho era antiga. “As pessoas sempre me pediam para gravar Tom Jobim. Mas esperei o momento certo. E ele chegou”, comemora.

A escolha das faixas ele deixa claro que é resultado de um critério afetivo. “Escolhi as músicas que falam comigo e que provocariam uma interpretação e mergulho profundos”, elucida o músico, que não teme em dizer: “Talvez seja o meu melhor trabalho”.

O álbum começa com a canção “Bonita” e uma voz mansa de Caymmi, que chega a lembrar o timbre do próprio homenageado. Mas logo vem com seus graves inconfundíveis. Aliás, timbre que agradava Jobim. “Foi ele quem me descobriu como intérprete. Tenho certeza que gostaria desse disco, pois gostava da minha interpretação”.

Canção Predileta
No repertório ainda estão clássicos como “Ela é Carioca”, “Estrada do Sol”, “Água de Beber” e “Luiza”. Mas dentre as 11 canções que entraram no álbum, Danilo não pensa muito para responder que guarda um carinho especial pela faixa “Querida”. “É a minha favorita. A letra é fabulosa e eu pude acompanhar a feitura dela. Isso me proporcionou um mergulho intenso na canção”, diz, o músico que gravou a flauta de todas as faixas. “Fiz tudo com a sonoridade que o Tom gostava”, frisa.

Sobre o convívio com o maestro, Danilo destaca seu profissionalismo e generosidade. “Às vezes para fazer um show ensaiávamos por 17 dias”, relembra. 

Outro fator que o levou a lançar este trabalho foi a oportunidade de contribuir com a memória musical do país. “Os jovens precisam saber quem foi Tom Jobim, Dorival Caymmi e tantos outros nomes importantes, como também o movimento musical Clube da Esquina”, assegura ele, que é aberto a experimentações e já gravou com um grupo de hip hop.

Nesse viés da memória, o artista adianta que há três documentários sobre Dorival Caymmi em andamento. Entre os planos mais imediatos está uma turnê para divulgar o novo disco. Bem humorado, ele diz que para isso “só falta saber o CEP do Zé do Patrocínio”. 

Danilo ainda nutre o desejo de montar um espetáculo com fotografia, poesia e música.

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