De Chaplin a Coppola, espetáculo Cinequanon usa elementos de 80 filmes para coreografar performance

Bernardo Almeida
13/06/2019 às 09:03.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:05
 (Paula Kossatz)

(Paula Kossatz)

Em uma volta ao mundo do cinema em 80 filmes, um espetáculo de dança contemporânea mergulha no universo da sétima arte através de arquétipos, trilhas sonoras, objetos icônicos e a própria tela das salas que projetam filmes para o grande público. A Focus Cia. de Dança traz o “Cinequanon” a Belo Horizonte pela primeira vez neste fim de semana, no Teatro do CCBB.

A dança é o instrumento para o tom de sonhos que põem em foco elementos como o jogo de câmeras e os créditos de abertura e encerramento de filmes, projetados durante a performance. 

O diretor e coreógrafo Alex Neoral atribui o perfil de seus personagens à natureza humana utilizada pelo dinamarquês Lars von Trier, e narra como a escolha dos filmes partiu de um processo colaborativo com os dançarinos da companhia. “Pedimos a cada um que elencasse os oito filmes que mais marcaram a vida deles. Assistimos vários para montar o repertório, com a intenção não de fazer uma dança de cada filme, não é como um musical, mas sim pegar elementos do cinema para usar na dança, sem uma narrativa linear”, pontua Neoral.

Clássicos Atemporais
O escopo de referências é bastante abrangente em termos d[/TEXTO]e temporalidade, aludindo a filmes recentes como “A Garota Dinamarquesa”, “Relatos Selvagens” e “45 anos”, e também a clássicos do início do século passado, como “E o Vento Levou” e “Tempos Modernos”, com um número todo em homenagem a Charles Chaplin. “Chaplin é para mim um grande bailarino, que consegue solucionar tudo com o corpo, sem palavras, por meio de movimentos carregados de expressão”, ratifica o diretor do espetáculo.

O destaque fica por conta da trilogia de “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, que está presente no início e no término do ciclo do espetáculo. 

Além da marcante presença da trilha sonora de Nino Rota, “Cinequanon” começa com um áudio de fundo do diálogo entre Bonasera e Don Corleone, que abre o primeiro filme da série, de 1972, e termina com a música “Brucia La Terra”, cantada na última parte da trilogia, de 1990.

O nome “Cinequanon” faz uma brincadeira fonética com a expressão sine qua non, que significa algo sem o qual não, ou indispensável, em latim. “Inserimos a palavra cine que remete tanto a cinema quanto a movimento, que tem tudo a ver com dança”, explica Alex Neoral. 

Não é a primeira vez que o grupo usa o cinema como inspiração. O show “Ímpar”, de 2010, retrata uma sucessão de eventos fora da ordem cronológica e como um acontecimento interfere tão fortemente nos demais, em alusão ao filme alemão “Corra, Lola, Corra”.


SERVIÇO:
Cinequanon
14, a 16 de junho - 20h
Teatro do CCBB (Praça da Liberdade, 450)
R$ 30 / R$ 15 (meia)

  

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