Diogo Vilela e Sylvia Massari dividem palco em montagem adaptada da Broadway

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
31/07/2015 às 06:56.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:09
 (Guga Melgar)

(Guga Melgar)

Enfronhada no universo de musicais que é, a atriz Sylvia Massari já conhecia a história por trás de “I Do! I Do!”, montagem lançada em 1966, na Broadway. Mas nunca imaginou que daria vida a Agnes, que, no palco, coloca em repasse sua união com Michael – na montagem brasileira, vivido por Diogo Vilela. A comédia “Sim, Eu Aceito!”, adaptada por Flávio Marinho, chega a BH para ocupar o palco do Teatro Sesiminas, desta sexta-feira (31) a domingo.

“Apesar de o texto ser de outro século, são os mesmos problemas (enfrentados no relacionamento marido/mulher). Ainda que antes as mulheres fossem mais submissas, e hoje sejam mais donas de si, esses problemas de relacionamentos seguem: os momentos de cansaço, as coisas engraçadas em relação a filhos – que, no caso, não aparecem na peça, mas estão presentes o tempo todo”, diz Sylvia, que, no curso da turnê, se acostumou a vislumbrar, na plateia, a mulher cutucando o marido, ou vice-versa, como a demonstrar a identificação com o que é encenado. De acordo com Vilela, trata-se de uma peça construída de uma forma à qual o público brasileiro não está muito habituado, “mas, ao final entendem a proposta, e a recebem bem”.

Cumplicidade

Ao receber o convite de Marinho, Sylvia nem titubeou. Principalmente pela oportunidade de voltar a contracenar com Vilela. “Nos damos muito bem em cena, temos uma cumplicidade. Não que eu seja mais cantora que atriz, me considero uma atriz que canta. Mas tenho muita segurança na parte musical. Acontece de, em certos dias, a sua voz não estar tão bem, e tenho segurança em driblar isso. Diogo, ao contrário, é mais ator que cantor, por isso, ouço muito os conselhos dele, na parte da dramaturgia”.

“Sim! Eu Aceito! – O Musical do Casamento” – Teatro Sesiminas (rua Padre Marinho, 60). Nesta sexta-feira (31) e sábado, 21h, domingo, 19h. Ingressos: R$ 25 a R$ 80. 10 anos. Leia mais no portal Hoje em Dia (hojeemdia.com.br) SEIS PERGUNTAS PARA DIOGO VILELA

A Sylvia Massari disse que, antes da montagem, você ia se debruçar sobre outro projeto, mas resolveu adiá-lo para se dedicar a essa comédia musical... O que o motivou a participar desta empreitada?
Penso muito na minha longevidade como ator. E na minha cabeça, eu pensava que, se conseguisse fazer esse espetáculo, ia adquirir uma aptidão maior como ator. Porque o considero um espetáculo difícil de fazer, tem uma mecânica muito diferente.

Do momento em que disse sim ao convite de Flávio Marinho, autor da adaptação, até hoje, como avalia o feedback do público à montagem?
É uma peça com dois atores e um desafio temático que é a discussão de relacionamento. Primeiro ela se mostra como musical bobinho, mas vai ganhando corpo e, ao final, passa uma mensagem que toca as pessoas. É uma peça construída de uma forma à qual o público brasileiro não está acostumado, mas, ao final, as pessoas entendem a proposta. O público tem recebido muito bem esse musical. Ele se emociona.

E a que credita o fato de o texto agradar tanto a plateia?
À identificação. Porque ela fala da relação de como o homem constrói sua família e o final desse homem. Fala de uma trajetória de vida, e as pessoas se identificam.

Como é trabalhar com a Sylvia - essa é a terceira vez em que dividem o palco, certo?
É ótimo. Se não fosse a Sylvia, teria que ser uma atriz com quem já tivesse uma intimidade, porque o teatro pede isso. E por já termos trabalhado juntos antes, cria-se uma harmonia.

Ela também disse que vocês estão encerrando a turnê em breve, pois você já tem outros projetos em vista, correto? Quais seriam?
Eu vou estreiar a nova temporada do seriado “Pé na Cova” em setembro. E está muito boa, o Miguel Falabella está em uma fase muito profícua como autor. E esse seriado é algo que eu gosto de fazer. Pretendo reestreiar o espetáculo "Cauby" no primeiro semestre do ano que vem. Fiz há nove anos, e todos pedem para voltar. Como é uma "peça homenagem", fiquei com vontade de homenageá-lo novamente.

Por último, gostaria de acrescentar algo que não perguntamos?
Sim. Sempre que vou a Belo Horizonte, me emociono de uma forma muito particular, porque minha família é mineira. E eu perdi uma irmã que morava aí. Vai ser um retorno duro, mas o teatro tem o poder de reconstruir coisas, e acredito que isso vá me fazer sentir mais confortável em voltar à cidade sem a minha irmã aí.

SEIS PERGUNTAS PARA SYLVIA MASSARI

 

Anteriormente, em que projetos já havia dividido o palco com Vilela?
Nos espetáculos "Gaiola das Loucas" e "Cauby! Cauby!"

Além da companhia de Diogo Vilela, o que mais a atraiu nesta empreitada?
A trilha sonora, composta pelos mesmos autores da peça para a qual eu passei na minha primeira audição anos atrás - quando ainda se chamava "teste" (risos). Foi o primeiro musical da minha vida, com Nestor de Montenar e o Moacyr Franco, com direção do Amir Haddad. Foi aí peça que comecei a gostar desse estilo. Fui ouvir a trilha sonora de "Sim! Eu Aceito!", me tomei de amores. E disse: "quero fazer, claro"

Vocês devem encerrar a turnê quando?
Temos, ainda, dois compromissos, em Fortaleza e Recife, por uma opção do Diogo. Antes da peça, ele tinha um projeto importante que optou por colocar na gaveta, para fazer uma coisa mais engraçada, mais leve. Agora, tem outros compromissos, e vamos encerrar por aqui, mesmo sabendo que há um terreno enorme de capitais e cidades demandando a nossa passagem por lá, caso de Ribeirão Preto, a cidade na qual cresci, e onde muitas pessoas me pedem para ir com o espetáculo, pelo whatsapp, Facebook... Mas não dá, infelizmente.

Esta empenhada em outros projetos?
Bem, sou casada com o Guto Graça Mello (compositor e produtor musical), e ele, neste momento, está fazendo a trilha sonora para o musical "O Pacto", co-produzido pelo Tadeu Aguiar, com texto Eduardo Bakr. Ao mesmo tempo, farei a mãe do protagonista, que é um ídolo, provavelmente de futebol, aqui.

Você fez, recentemente, a novela "Sete Vidas"?
Sim, e estou sempre pronta para a televisão, gosto muito. Fora isso, tenho um show montado com meu filho, Max Wilson, que é ligado ao universo da ópera. Temos alguns lugares marcados para ir já que, no final de agosto, ele vai para a Austria. Temos duas apresentações, sendo uma com a Sinfônica de Campos...

Muita coisa, portanto...
Pois é, não paro. Eu preciso de trabalho, é uma coisa fundamental na minha vida...
 

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